Os usuários das linhas de ônibus de Mosqueiro realizaram mais um protesto na avenida Almirante Barroso, em Belém, no final da tarde de ontem (6), pedindo por mais veículos para atender a população. Os passageiros reclamam que a frota municipal conta com apenas seis ônibus para fazer toda a viagem do terminal de Belém até a ilha e voltar.
Os manifestantes também reclamaram dos constantes atrasos nos ônibus, que deveriam sair dos seus pontos em São Brás e Mosqueiro em horários marcados. O transporte fluvial, por sua vez, que fazia o trajeto Belém-Mosqueiro a partir do terminal hidroviário, está fora de circulação há dois meses.
“Mosqueiro está abandonada. A população acorda para trabalhar 4h, precisa de ônibus e quando não tem precisamos nos submeter às vans que colocam o valor que querem e como não temos o que fazer temos que pagar. Trabalho em Belém e preciso ir e voltar todo dia. Quem ganha um salário mínimo vai gastar quase R$ 30 todo dia. E vai comer o que na casa? Aí fica difícil pra todo trabalhador que mora em Mosqueiro. Aqui, quem perder o último ônibus, tem que pagar R$ 20 ou R$ 25 na van, preço que eles querem”, desabafou o morador Mariano Madson, administrador, 42 anos.
Em alguns casos, a baixa oferta de ônibus, sobretudo no fim de tarde, gera discussões acirradas e brigas entre os passageiros que tentam entrar no veículo.
“A gente fica esperando, são poucos ônibus, há relato de brigas de gente que se machucou porque ninguém respeita fila, e a segunda opção que seriam as vans cobram R$ 20 porque sabem que não tem ônibus. E tem dias que a gente não tem esse dinheiro e precisa dormir em Belém. É um absurdo isso. E a prefeitura não faz nada. Se tiver seis ônibus por dia pra Mosqueiro é muito”, declarou Ana Beatriz Santos, estudante de enfermagem de 19 anos, que mora em Santa Bárbara.
Outros usuários afirmam não entender por que a frota para a ilha só é reforçada em feriados e datas comemorativas, algo que poderia ser aplicado durante a semana para atender os moradores que precisam se deslocar para trabalhar em Belém. “Agora dia 1 de maio o ônibus rodou no feriado com reforço e por que não tem isso todo dia? O prefeito tem que estar aqui pra ver o que a gente sofre”, afirma Kelly Cristina Gonçalves, 40, diarista.