A pouco mais de dois meses de receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Belém já vive o impacto das transformações provocadas pelo evento. Nos bairros próximos de onde ocorrerão os debates, a paisagem urbana está em constante mudança. Ruas se tornaram verdadeiros canteiros de obras, ao mesmo tempo em que cresce a expectativa de comerciantes e moradores sobre os benefícios que ficarão para a cidade depois do encontro climático.
Entre as ruas movimentadas do bairro da Marambaia, está a Rua da Marinha, a qual recebe obras que ajudarão tanto durante a conferência quanto pós COP. Lá, a obra de ampliação prevê a pavimentação e duplicação de 3,5 quilômetros de extensão, passando de duas para seis faixas de rolamento. É justamente próximo dali que o atendente de conveniência Diovane Pinheiro, de 38 anos, sente os efeitos das mudanças no dia a dia, mas acredita que as mudanças momentâneas devem trazer bons resultados.
“Depois que a via estiver mais ampliada, acredito que vamos ter mais movimento. Eu espero que seja um evento que promova a economia. Depois que tudo terminar, acredito que vai melhorar bastante”, disse.
No mesmo bairro, o barbeiro Caio Cunha, de 22 anos, vê nas obras além das dificuldades, mas como oportunidades. “Minha expectativa, primeiramente, é que as obras acabem logo. Todos estamos ansiosos para ver a cidade melhor. E espero que depois da COP continue melhorando a cidade mais e mais”, afirmou.
Além do legado de mobilidade tanto para o bairro quanto outros que interligam, a conferência já movimenta o currículo de quem empreende na capital paraense. O jovem e os colegas também se preparam para a chegada de visitantes estrangeiros atraídos pelo evento. “A gente espera que venham pessoas de fora. Eu, por exemplo, aprendi o espanhol, o outro barbeiro fala inglês. A gente fez curso pensando justamente nisso. É conhecimento e vai gerar renda”, compartilhou. “Tem gente se qualificando, abrindo negócio… no final, tem sido positivo para a população”, acrescentou.
Impacto da COP 30 nos Bairros de Belém
Já no bairro da Sacramenta, as atenções se voltam para o Parque da Cidade, principal espaço para a COP 30. Para a empresária Ingrid Bianca, de 34 anos, que trabalha nas proximidades, a transformação vai além das obras viárias. Ela, que mora no bairro da Condor, vê a cidade modificando para melhor.
“Eu acho que são melhorias, tanto para quem vai trabalhar quanto para quem vai passear. Lugares como a [Nova] Tamandaré e a Doca [Parque Linear] já estão bem diferentes, dá pra ver claramente. Hoje em dia, para levar uma criança, a gente só tem, praticamente, shopping. Precisávamos mesmo de coisas mais naturais, brinquedos e espaços abertos”, ressaltou.