Belém sediou ontem (18), o evento internacional “Conectando culturas e natureza: Iniciativas de turismo sustentável de Brasil e UE”, que foi realizado pela Delegação da União Europeia no Brasil em colaboração com o Ministério do Turismo (MTur) e a Prefeitura de Belém. O encontro reuniu especialistas de diversos países e promoveu o intercâmbio de conhecimento em práticas sustentáveis de ecoturismo que respeitam o meio ambiente, além da valorização da cultura local.
Aberto ao público, o primeiro painel, intitulado como “Melhores Práticas em Ecoturismo e Conservação da Natureza”, contou com a participação de Luiz Fernando Destro, representante de turismo da República Tcheca no Brasil; Luís Campos, representante de Assuntos de Turismo de Portugal na União Europeia; e Ricardo Blanco, diretor de Turismo Sustentável da Secretaria de Estado do Turismo da Espanha.
A Oficial de Programas da União Europeia (UE), Stephanie Horel, destacou que o turismo é muito importante para a UE, no entanto, percebe-se cada vez mais como o turismo afeta moradores de algumas cidades, que rejeitam o turismo de massa. Nesse sentido, Horel pontua que a sustentabilidade do turismo é bastante relevante no que se refere ao meio ambiente, mas também à nível social, integrando os habitantes desses territórios.
“Estamos trabalhando isso com o Brasil e também com os outros países do G20. Nós [da União Europeia], também temos muitos eventos relacionados a eventos climáticos, o Leste da Europa também sofre com inundações e chuvas muito fortes, assim como secas. São eventos muito graves que causam disrupção não só no turismo, mas na vida de todas as pessoas que moram nesses territórios. É um momento propício para trabalharmos juntos, escutar as pessoas e ver as melhores soluções”, ressalta.
Ana Carla Lopes, secretária executiva do Ministério do Turismo, ponderou que o evento multicultural traz experiências de outros países, mas é preciso se conectar às vocações do Brasil e seus desafios no que diz respeito ao tema. Ela avalia que, diferente de outros países, o Brasil apresenta dimensões continentais e não se pode medi-lo com uma régua afirmando qual a melhor prática, uma vez que não irá se adequar à realidade de todos.
“Nós somos o único país com seis biomas no mesmo território, né? Isso já nos traz mais desafios e também responsabilidade porque quando a gente fala em meio ambiente não é só para essa geração, mas para as próximas. Então, a gente tem o desafio do tamanho do espaço territorial que ocupamos, dos biomas e estações diferentes. Mas o turismo é o que vai salvar, não só a economia, mas também as gerações futuras, a nossa ancestralidade”, afirma.