DESCASO

Trabalhadores sofrem com situação do Espaço Palmeira

Permissionários dos boxes reclamam de prejuízos com a falta de clientes e de zelo municipal com o local, que deveria ser movimentado

Detalhes do estado de abandono que a Prefeitura de Belém deixou o Espaço Palmeira

FOTOS: IRENE ALMEIDA
Detalhes do estado de abandono que a Prefeitura de Belém deixou o Espaço Palmeira FOTOS: IRENE ALMEIDA

O Espaço Palmeira, no Centro Comercial de Belém, onde concentram-se boxes em que os permissionários utilizam para realizar vendas de produtos variados e garantir o sustento, há muito tempo não vem cumprindo com o seu objetivo. Isso porque, segundo alguns vendedores, o estado de abandono, sujeira e falta de estrutura afasta tanto os vendedores quanto a clientela.

O DIÁRIO esteve no local há alguns dias e encontrou a maioria dos boxes estavam fechados. Os que já se encontram abandonados servem de abrigo para pessoas em situação de rua e também são utilizados por usuários de drogas, segundo quem frequenta ali. O mato alto, a falta de manutenção– que reflete em água empoçada e mau cheiro no local – tal como a maioria das calhas com sinais de deterioração, são o que refletem a realidade do espaço.

O permissionário, de 65 anos, chamado “Calado”, conta que cerca de 8 calhas provisórias foram colocadas em alguns corredores, tudo por conta dos próprios trabalhadores que realizavam coleta entre si para comprar o material e a execução do serviço. “Por parte da prefeitura, nunca se manifestaram, e nós tentamos dialogar, comunicar as necessidades”, destaca.

Ainda de acordo com o trabalhador, que está há 32 anos no local, a vigilância do espaço também é privada, paga pelos permissionários, já que não podem contar com a segurança pública e fica perigoso ao anoitecer. “Estamos cansados de promessas, não esperamos mais nada, só que tenhamos saúde para que nós mesmos possamos fazer por nós”, completa.

Suzi Carneiro, 54, permissionária que trabalha há 14 anos no local, também já perdeu a esperança de ver o espaço estruturado e mais frequentado por clientes. Ela diz que o principal problema tem sido o calor intenso e próximo às 10h da manhã, fica impossível estar no espaço. “Muita gente adoece, eu ando com dor de cabeça, só venho para cá porque preciso”, disse. “Então, o que queremos é que a próxima gestão olhe para nós, porque faltou gestão”, acrescenta.

Até o fechamento desta edição, a reportagem do DIÁRIO não teve retorno da Prefeitura de Belém.