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Superlotação, remédios vencidos e mais: caos é instalado no PSM do Guamá

Hospital PSM do Guamá em Belém enfrenta graves problemas. Falta de insumos, escassez de médicos e superlotação estão entre os desafios.

O CRM fez uma inspeção no PSM do Guamá nesta quinta; Fotos: CRM PA
O CRM fez uma inspeção no PSM do Guamá nesta quinta; Fotos: CRM PA

O Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) finaliza, nesta sexta-feira (22), um relatório detalhado sobre as graves condições do Hospital Pronto Socorro Municipal Humberto Maradei Pereira, conhecido como PSM do Guamá, em Belém. A inspeção realizada no dia anterior revelou uma série de problemas estruturais e operacionais na unidade de saúde. O documento será encaminhado ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), à Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e à Vigilância Sanitária.

Condições precárias e denúncias graves

De acordo com denúncias recebidas pelo CRM-PA, médicos enfrentam atrasos salariais, há escassez de insumos básicos, e o hospital sofre com superlotação. Durante a fiscalização, liderada pela presidente do CRM-PA, Tereza Cristina de Brito Azevedo, e pela conselheira Maria Cristina de Mendonça Rocha, com acompanhamento do MPPA, foram constatadas as seguintes situações:

  • Superlotação nos corredores;
  • Falta de insumos básicos, como luvas, gaze e algodão;
  • Medicamentos vencidos e ausência de itens essenciais, como válvulas para respiradores;
  • Relatos de amputações evitáveis por falta de antibióticos;
  • Óbitos atribuídos à ausência de medicamentos críticos, como adrenalina.

Segundo Tereza Cristina, a situação é alarmante:
“O PSM do Guamá está completamente sobrecarregado, sem condições de atender à população com dignidade. Não há insumos básicos, e vidas estão sendo perdidas por negligência. Essa situação é um desserviço à saúde pública e exige medidas urgentes.”

Ação do Sindmepa e outras entidades

O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) também se manifestou sobre a grave situação, emitindo uma nota oficial na terça-feira (19). O sindicato destacou:

  • Falta de medicamentos essenciais, como analgésicos e antibióticos;
  • Condições insalubres de trabalho, sem áreas adequadas para descanso;
  • Atrasos frequentes nos pagamentos de profissionais contratados de forma terceirizada;
  • Irregularidades na gestão da Organização Social responsável pelo hospital.

Diante disso, o Sindmepa exigiu:

  1. Regularização do fornecimento de medicamentos e insumos;
  2. Auditoria nos contratos da Organização Social (OS) gestora;
  3. Melhoria nas condições de trabalho e respeito aos direitos trabalhistas;
  4. Transparência nas ações da Secretaria Municipal de Saúde.

As denúncias serão levadas a diversos órgãos, como o MPPA, Ministério Público Federal (MPF), Conselho Municipal de Saúde e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pará (OAB/PA).

Impactos na saúde pública e próximos passos

A crise no PSM do Guamá reflete problemas estruturais graves na saúde pública de Belém. Tanto o CRM-PA quanto o Sindmepa reforçam que a falta de planejamento e gestão coloca em risco a vida de pacientes e a integridade dos profissionais de saúde.

A expectativa é que o relatório impulsione ações corretivas imediatas, visando garantir atendimento digno e melhores condições de trabalho no hospital. Acompanhe as atualizações sobre esse tema crítico para a saúde pública do Pará.