
A poucos meses da realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, a Universidade Federal do Pará (UFPA) sedia, nos dias 2 e 3 de julho, o seminário “As Contribuições da Amazônia para a COP-30”, iniciativa que pretende reforçar a presença da ciência, dos povos amazônicos e das lideranças locais nas discussões climáticas globais.
O evento será realizado no auditório José Vicente Miranda, do Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ), no campus da UFPA, em Belém, e faz parte da programação oficial do movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP-30”. A participação é gratuita e aberta ao público e à imprensa.
Entre os nomes confirmados estão Ana Toni, diretora-executiva da COP30; o reitor da UFPA, professor Gilmar Pereira da Silva; Vanessa Grazziotin, diretora-executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA); e Lidenilson Sousa, coordenador nacional do Movimento Camponês Popular (MCP).
As conferências ocorrem nos dois dias de evento e serão acompanhadas de mesas-redondas temáticas com especialistas, representantes de movimentos sociais, autoridades e pesquisadores.
A proposta é ampliar o debate sobre o papel estratégico da Amazônia frente à crise climática, com foco na valorização dos saberes tradicionais e das experiências locais de enfrentamento às mudanças do clima.
Oportunidade para a imprensa
A organização do seminário destaca que o evento será uma excelente oportunidade para a produção de reportagens especiais com foco regional e científico. Estarão disponíveis para entrevistas representantes da UFPA, lideranças indígenas, quilombolas e especialistas ambientais de diferentes áreas.
Serviço
Seminário “As Contribuições da Amazônia para a COP-30”
2 de julho (quarta-feira) – das 13h30 às 17h
3 de julho (quinta-feira) – das 9h às 15h
Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ) – Auditório José Vicente Miranda
Endereço: Avenida Perimetral, Campus da UFPA – Guamá, Belém (entrada pelo 3º portão)
Inscrição com certificado e programação completa disponíveis no site
Movimento amplia vozes amazônicas no debate climático
Lançado em fevereiro deste ano, o movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP30” é uma iniciativa da UFPA em parceria com instituições de ensino, ciência, tecnologia e movimentos sociais. O objetivo é inserir os saberes amazônicos nas discussões da COP30, além de estimular o pensamento crítico e fortalecer redes de colaboração entre universidades, comunidades tradicionais e sociedade civil.
Na abertura da segunda etapa do movimento, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou por transmissão ao vivo, ao lado de 11 reitores e de representantes de coletivos como Cúpula dos Povos, COP das Baixadas, Movimento Negro e Quilombola, ribeirinhos e povos indígenas.
Desde então, o movimento tem percorrido diversos campi da UFPA — como Castanhal, Breves, Abaetetuba, Cametá, Bragança e Tucuruí — promovendo palestras, oficinas e rodas de conversa. As ações envolvem estudantes, docentes, lideranças comunitárias e gestores públicos, tratando de temas como biodiversidade, agroecologia, educação do campo e soluções sustentáveis.
A agenda também inclui eventos internacionais e parcerias com instituições como USP, PUC-SP, Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne e The Climate Reality Project, fundado por Al Gore.
Produção acadêmica e parcerias jornalísticas
O movimento vem publicando edições mensais de uma coletânea multilíngue (português, inglês, francês e espanhol), com artigos de pesquisadores e representantes da sociedade civil. O mais recente volume, lançado em maio, aprofunda reflexões sobre a posição da Amazônia nas relações internacionais e nas respostas à crise climática.
A articulação com plataformas como The Conversation e Amazônia Vox também tem garantido visibilidade às produções científicas e às vozes amazônicas em nível regional, nacional e internacional. A proposta é fortalecer o diálogo entre conhecimento acadêmico e comunicação pública, com foco na agenda climática.