VEJA AS PROPOSTAS

Reunião que definiria aumento da tarifa de ônibus em Belém é cancelada

Entenda os impactos do reajuste da tarifa de ônibus em Belém e as propostas que estão sendo analisadas para a nova tarifa.

Ministério Público quer que o órgão e Município de Belém sejam condenados a adequar o transporte coletivo rodoviário, bem como a pagar por danos morais coletivos devido à má prestação do serviço à população
Ministério Público quer que o órgão e Município de Belém sejam condenados a adequar o transporte coletivo rodoviário, bem como a pagar por danos morais coletivos devido à má prestação do serviço à população. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade (Segbel), informou que a reunião do Conselho Municipal de Transporte prevista para esta sexta-feira, 28, foi cancelada devido a problemas técnicos no local agendado. O encontro, que seria destinado a discutir as propostas de reajuste da tarifa de ônibus na capital paraense, será remarcado para outra data e local.

Um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) divulgado nesta quarta-feira, 26, analisou os impactos do reajuste da passagem de ônibus em Belém. A Segbel propôs um valor de R$ 5,54, enquanto o Sindicato das Empresas de Ônibus de Belém (Setransbel) sugeriu R$ 5,85. Atualmente, a tarifa está em R$ 4, valor ajustado pela última vez em março de 2022.

De acordo com o Dieese, independentemente da proposta aprovada, o aumento será significativo, variando entre 38,5% e 46,25%, valores muito acima da inflação acumulada de cerca de 12% no período de abril de 2022 a fevereiro de 2025. Para o usuário que utiliza duas conduções diárias e não possui vale-transporte, o gasto mensal passará de R$ 192 para R$ 265,92 (no cenário da proposta da Segbel) ou R$ 280,80 (na proposta do Setransbel), representando um aumento de 17,52% a 18,5% nos custos.

Setransbel justifica a proposta de R$ 5,85 com base na defasagem tarifária de quase três anos, além do encarecimento dos custos operacionais, como combustíveispeçaspneus e despesas com pessoal. Outro fator relevante é a queda no número de passageiros, que impacta diretamente a receita do setor.

Por outro lado, a Segbel propõe um reajuste menor, de R$ 5,54, que ainda assim representa um aumento de 38,50%. Apesar de Belém ter uma das tarifas de ônibus mais baixas entre as capitais brasileiras, o serviço de transporte coletivo ainda está longe de atender às expectativas da população, que reclama da qualidade do sistema.

O reajuste ainda precisa ser sancionado pelo prefeito municipal, e a população já pode se preparar para um impacto significativo no orçamento mensal. Enquanto isso, a reunião remarcada do Conselho Municipal de Transporte será crucial para definir o futuro da mobilidade urbana em Belém.