O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo-SP, está cumprindo diversas agendas em Belém desde esta quarta-feira (17). O religioso participa de uma ação global chamada Draw the Line – com cerca de 250 eventos realizados nesta semana ao redor do mundo – organizada por coletivos e entidades sem fins lucrativos, com foco na agenda climática e de responsabilidade social.
Ontem, Lancellotti acolheu moradores em situação de rua e fez um lanche com eles na Igreja Matriz de Santo Antônio de Lisboa, na Cremação. “Todos nós, a sociedade, podemos ajudar respeitando a população de rua, não tratando com discriminação e preconceito”, conclama o padre.
Ele traçou um paralelo entre a história de Jesus, que era pobre, e as dificuldades enfrentadas pelos desvalidos de hoje. “Ele mesmo disse: ‘toda vez que você fizer isso a um dos pequeninos dos meus irmãos, foi a mim que você fez. Eu estava com fome e me destes de comer, eu estava com sede e me destes de beber. Eu estava nas ruas da cidade de Belém e você me acolheu’”, explica.
Além da distribuição de pães com refrigerante, o padre cumprimentou fiéis que estavam na paróquia e tirou fotos. Ivone Castro, 72, enfermeira, fez questão de entrar na fila para conhecer Lancellotti. “Hoje em dia é tão difícil alguém falar tanto no amor das coisas. E o padre Júlio coloca muito amor em tudo que fala. O amor é o centro de tudo, né? Sem amor a gente não chega a lugar nenhum”, afirma.
Notícias Relacionadas
Nesta quinta, 18, às 17h, o padre participa de uma coletiva de imprensa na Embaixada dos Povos, no Marco. Em seguida, em uma roda de bate-papo aberta ao público, vai falar sobre a relação entre justiça climática e justiça social.
“O planeta está aquecendo, as mudanças climáticas têm impacto no mundo todo. Só que esse impacto é desigual. As populações da Amazônia, no Sul global, são muito mais vulnerabilizadas, sofrem muito mais com os impactos das mudanças climáticas do que nos países ricos. Então, falar de mudanças climáticas, de enfrentar a crise climática, é falar de justiça social”, explica João Pedro Ramalho, coordenador do Draw the Line em Belém.
