A paciente Maria de Nazaré Oliveira Sousa é traqueostomizada, ou seja, convive com um tubo ligado a uma abertura na traquéia para permitir a chegada do ar aos pulmões, já há três anos. Desde o início da manhã desta segunda-feira, 25 de novembro, ela espera atendimento emergencial no Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da 14 de Marco, em Belém, por conta de uma miíase (infestação de larvas de moscas) no aparelho, atendimento este que não chega, apesar das reclamações e insistência do filho, Marcos Souza, que a acompanha.
A situação de Maria de Nazaré foi uma das muitas situações irregulares e que descaracterizam desrespeito à saude pública constatadas durante fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-PA) realizada na tarde de hoje.
A ida de um grupo liderada pela presidente, Tereza Cristina Azevedo foi motivada por uma situação de tomógrafo quebrado, e portanto, sem funcionar. Mas foram encontrados outras ocorrências graves. Em determinado momento, houve reunião com a direção do hospital.
“Estivemos aqui em fevereiro e nada mudou. Pelo contrário, piorou. Tem pacientes no corredor, pacientes graves esperando transferência, uma senhora com larvas saindo pela traqueo, criança de um ano esperando para ser transferida, faltam medicamentos e insumos”, declarou ela. Na semana passada, foi feita visita semelhante ao Hospital Pronto Socorro do Guamá Dr. Humberto Maradei, o PSM do Guamá.
“Os dois PSMs vivem um caos. Um descaso com a saúde pública municipal. É lamentável ver uma situação dessas. A população está desassistida. Nosso relatório vai ficar pronto ainda essa semana e será enviado aos órgãos competentes para que tudo o que vamos recomendar seja providenciado com a máxima urgência. O que não pode é ficar como está”, destacou Tereza Cristina.