Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará
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COMÉRCIO

O Mandarim: história de 75 anos chega ao fim

O Mandarim não resistiu ao período pós-pandemia e fechará as portas no final deste ano.

Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará
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A icônica loja de confecções e armarinhos em geral O Mandarim anunciou no último sábado (23), pelas redes sociais, que encerrará as atividades e fechará as portas no final do ano. Localizada em uma região privilegiada na Avenida Nazaré, em frente à Praça Santuário, a notícia pegou os internautas de surpresa que lamentaram o iminente fechamento de um dos mais tradicionais estabelecimentos do ramo e que funciona há 75 anos, mas que enfrentou nos últimos anos dificuldades financeiras no pós-pandemia.

Na publicação a loja ressalta que foram décadas de memória afetiva e que o encerramento das atividades vai marcar uma história de tradição em armarinho na capital paraense e gratidão com os clientes. Para celebrar essa trajetória, a loja anunciou uma grande liquidação com todas as mercadorias com 50% de desconto. A promoção iniciou ontem (25) e segue até o dia 31 de dezembro deste ano, data que o estabelecimento encerrará seu longo ciclo de existência.

Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará

A queima de estoque no estabelecimento inclui uma variedade de produtos dos mais diferentes tipos e funcionalidades, como material escolar, enfeites natalinos, louças, artigos de decoração, bijuterias, brinquedos infantis, material de costura, tecidos e fantasias. Os clientes podem aproveitar a liquidação de segunda a sexta-feira, no horário das 9h às 18h e também aos sábados, sempre das 9h às 13h.

A gerente da loja Lucilene Macedo, 50 anos, informa que são 18 funcionários atualmente trabalhando para finalizar este ciclo da loja. Para ela, que trabalha no espaço há 22 anos, o sentimento atual é de gratidão e dever cumprido.

“Aqui é como se fosse minha segunda família. Fiz muitos amigos ao longo desse tempo. Os clientes mais antigos traziam os filhos quando compravam os itens aqui. O Mandarim foi uma escola porque aprendi a costurar e a atender o cliente”, explica a gerente que a partir de 2025 vai focar em abrir o próprio negócio.

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Promoção gera grande movimento

No primeiro dia de promoção, o movimento de clientes na loja foi intenso. Consumidora da loja há quatro décadas, a diretora escolar Norma Lima, 60, recebeu com surpresa a notícia sobre o fechamento do estabelecimento no mês de dezembro. Sempre nas datas festivas, como Carnaval, Páscoa, Natal e Ano Novo, a diretora visita o local para comprar fantasias, adereços e objetos decorativos. “A gente vai sentir falta porque aqui tem tudo o que a gente precisa pertinho da nossa casa. Foram anos comprando e visitando aqui. Ficarão as lembranças”.

O professor de artes Vinicius Souza, 46, também veio conferir a queima de estoque. Na ocasião, o professor estava adquirindo material de papelaria quando também comentou que vai sentir falta do lugar que frequenta há mais de dez anos.

Para o educador, a loja é um espaço que tem história com o bairro de Nazaré onde as pessoas já sabiam onde encontrar aquilo que procuravam. “Eu lembro quando eu morava aqui perto na infância e passava na frente da loja. É uma pena. Eu sempre almoço nesse quiosque em frente dela. Vou almoçar agora e não vou mais ver a loja aberta em breve”.