A capital paraense ganhou um presente especial em comemoração aos seus 409 anos: um mural de 25 metros, repleto de cores e paisagens amazônicas, criado por mestres abridores de letras. A obra coletiva, instalada no paredão da subestação Reduto da Equatorial Pará, na Avenida Assis de Vasconcelos, destaca a identidade ribeirinha da cidade e reforça a conexão entre a Belém urbana e sua ancestralidade.
Arte e tradição amazônica ganham destaque
Com o apoio da Equatorial Pará, vinte mestres abridores de letras vindos de diferentes regiões do estado trabalharam durante três semanas para criar o mural “Eu amo a energia de Belém”. O projeto celebra a autenticidade da cidade, seu povo acolhedor e sua paisagem única, que combina floresta e metrópole.
“Deixar nossa arte em Belém é um reconhecimento do nosso trabalho. Foi uma experiência incrível! Graças ao Instituto Letras que Flutuam, que resgatou nossa cultura e nos deu uma nova identidade, nosso trabalho agora está eternizado nesse mural. E acredito que esse é só o começo de muitas oportunidades”, afirmou Idaías Dias de Freitas, um dos artistas envolvidos na iniciativa.
Um presente para Belém e sua cultura visual
A intervenção artística marca o encerramento do primeiro ciclo de atividades do Instituto Letras que Flutuam, em parceria com a Equatorial Pará. Para Fernanda Martins, diretora do Instituto, a valorização dessa arte popular é essencial: “No momento em que o mundo volta seus olhos para a Amazônia, essa ação fortalece a presença dos abridores de letras, que ainda são invisibilizados. Essa manifestação homenageia Belém e traz reconhecimento para esses artistas.”
Michelle Miranda, analista de Responsabilidade Social da Equatorial Pará, reforça que o mural é um presente para a cidade e um símbolo do compromisso da empresa com a cultura local. “Temos muito orgulho de incentivar o Letras que Flutuam, um projeto que valoriza uma arte genuinamente amazônica. Esse mural não é apenas um ponto instagramável, mas uma homenagem à nossa identidade e tradição.”
Sobre o Instituto Letras que Flutuam
Fundado em 2024, o Instituto Letras que Flutuam é o primeiro do Brasil dedicado à cultura ribeirinha amazônica. Fruto de 15 anos de pesquisa e documentação, o projeto visa preservar e difundir o trabalho dos abridores de letras, artistas responsáveis pelas caligrafias coloridas que enfeitam as embarcações da região.
“O design e a caligrafia fazem parte da cultura visual da Amazônia tanto quanto a música, a dança e a culinária. Essa arte reflete saberes que são exclusivamente locais e traduzem a identidade do povo amazônico”, explica Fernanda Martins, especialista em tipografia e história do design, com passagens por renomadas instituições de ensino no Brasil e na Europa.
O Instituto tem como objetivo ampliar o mapeamento dos mestres abridores de letras, criar novas oportunidades de renda para esses artistas e incentivar o reconhecimento dessa arte como parte do patrimônio cultural amazônico. Além de oficinas, palestras e encontros entre os mestres, o projeto também promove a produção de documentários sobre o tema.
Visitação
O mural “Eu amo a energia de Belém” está localizado na subestação Reduto da Equatorial Pará, na Avenida Assis de Vasconcelos, bairro da Campina, e já se tornou um novo marco cultural e artístico da cidade.