SHOW DE IRREGULARIDADES

Imprudência de condutores pode ser fatal no trânsito de Belém

A equipe do DIÁRIO percorreu algumas vias da capital, onde moradores e pedestres relataram a imprudência dos condutores.

Imprudência de condutores pode ser fatal no trânsito de Belém Imprudência de condutores pode ser fatal no trânsito de Belém Imprudência de condutores pode ser fatal no trânsito de Belém Imprudência de condutores pode ser fatal no trânsito de Belém
A equipe do DIÁRIO percorreu algumas vias da capital, onde moradores e pedestres relataram a imprudência dos condutores.
A equipe do DIÁRIO percorreu algumas vias da capital, onde moradores e pedestres relataram a imprudência dos condutores. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Belém e Pará - Um idoso de 89 anos morreu após ser atropelado por um ônibus, na avenida Castelo Branco, entre Domingos Marreiros e Boaventura da Silva, no bairro da Umarizal, em Belém, no último dia 7. O acidente chamou a atenção para o desrespeito às leis da trânsito. A equipe do DIÁRIO percorreu algumas vias da capital, onde moradores e pedestres relataram a imprudência dos condutores.

O chaveiro Luiz Palheta, 58, tem um ponto comercial na avenida Castelo Branco, há 14 anos. Ele conta que os horários de pico, no início da manhã e começo da noite, são os mais críticos. “Os motoristas fecham o cruzamento e param na faixa de pedestres. Essa faixa também está apagada há muito tempo, o que dificulta a passagem das pessoas. Mesmo com o semáforo, os carros não param, ultrapassam a faixa”, relatou.

De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel), o órgão tem investido na revitalização da sinalização horizontal da cidade e mais de 70 ruas já receberam faixas de pedestre. Em outros pontos, são instalados semáforos para aumentar a segurança.

A agente de turismo Ana Paula Neves, 44, é moradora de uma via próxima ao local do acidente que vitimou o idoso. Diariamente, quando se desloca para o ponto de ônibus, ela observa a imprudência dos condutores. “Os ônibus sempre param em cima da faixa de pedestres. Moto então nem se fala, a gente tem ficar desviando. É uma confusão, principalmente quando os carros saem da passagem Boaventura para acessar a Castelo”, disse.

Neste trecho, a auxiliar administrativa Alice Cristina, 25, passa até dez minutos para conseguir atravessar. “Ninguém para na faixa. A gente faz sinal com a mão, mas ninguém respeita. Às vezes um carro para, mas do outro lado vem um veículo que não respeita e passa direto. Já cheguei atrasada no trabalho várias vezes por isso”, contou.

Desafios no Trânsito Urbano

Dificuldade semelhante enfrenta o autônomo Luiz Gomes, 58. Ele mora no bairro do Jurunas e utiliza a bicicleta para deslocar na capital e fazer pequenos fretes. “Tenho que desviar de carros e motos com muito cuidado. Uma viagem que faria em apenas uma hora, faço em uma hora e meia. Tenho que descer da bicicleta várias vezes para não ser atingido por algum ônibus”, esclarece.

Na avenida Duque de Caxias, esquina com a Vileta, Luiz Santos, 66, esperava o sinal fechar para atravessar com segurança, mas reclama da falta de respeito. “Tem uma faixa aqui na Vileta. O certo seria o motorista diminuir a velocidade e esperar as pessoas passarem, mas eles não respeitam, passam em alta velocidade”, relata.

Prevenção

Para o especialista em trânsito Rafael Cristo, a segurança viária “exige elementos básicos de uma direção segura, como conhecimento das regras de trânsito, habilidade no ato de dirigir, atenção distribuída, prevenção de possíveis ocorrência de trânsito e decisão adequada em situações de risco”. Além disso, o especialista afirma que é necessário um esforço para aproximar a legislação de trânsito das pessoas e estimular a direção segura.

Outro ponto é o fortalecimento interno dos órgãos de trânsito, tanto na qualidade humana como nos equipamentos. “Os valores arrecadados com multas, por exemplo, podem ser investidos na educação e formação de profissionais”, finalizou Rafael Cristo.