Em meio à infinidade de opções de presentes, um clássico segue firme como símbolo de romantismo no Dia dos Namorados, comemorado neste dia 12 de junho: as flores. Mais do que um gesto tradicional, lojistas as reinventam a cada ano, com novas combinações e cestas temáticas que agradam desde os apaixonados mais discretos até os mais extravagantes.
Segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), cerca de 11% dos casais brasileiros pretendem presentear com flores em 2025. Em Belém, a corrida por buquês e arranjos já aquece as floriculturas e promete lotar as lojas nas próximas horas.
Há quase 29 anos no mercado, na Floricultura Bem Me Quer, localizada no bairro do Umarizal, a expectativa de vendas para este ano é alta. O gerente Wesley Torres, 49, que atua há dez anos no ramo, conta que os buquês de rosas continuam sendo os campeões de procura.
“Eles buscam muito buquê de rosas, os de 12 flores. Porque é o que aparece nas novelas, nos filmes”, afirma. Além das rosas em si, entre os itens mais procurados estão as cestas e nelas estão chocolates, ursinhos de pelúcia, xícaras, porta-retratos e, claro, flores.
Wesley explica que há opções para todos os bolsos, com kits a partir de R$80, mas também presentes mais elaborados que podem chegar a R$450. Mesmo com a proximidade da data, a movimentação ainda está aquecendo, já que, segundo ele, muitos clientes deixam para comprar na última hora.
“Como todo brasileiro é, tanto aqui no Norte quanto no Sudeste e no Sul, as pessoas deixam para procurar em cima da hora. Ou mesmo no dia. No dia 12 mesmo, a loja fica realmente lotada, a ponto de a gente não conseguir nem andar dentro da loja”, contou.
A demanda, segundo ele, costuma crescer entre 85% e 90% nesse período, com média de 400 a 500 buquês vendidos no Dia dos Namorados.
Entre as novidades, é a importação direta de embalagens e arranjos de São Paulo, considerada a vanguarda das tendências em flores. “Por aqui, batizamos alguns buquês com nomes especiais, como ‘amor colorido’, que traz rosas amarelas, laranjas, astromélias e girassóis, para quem quer algo diferente do clássico vermelho”, detalha.
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ESPAÇO FLORES
As rosas vermelhas de fato dominam as vendas de floriculturas especializadas, explica Said Aboul, 54, proprietário do Espaço Flores, no bairro de Nazaré. Ele, que está no ramo desde 1995, explica que “a gente tem uma média de 200 a 300% a mais do que um dia normal” na demanda durante esse período. Por isso, as campanhas antecipadas pelas redes sociais incentivam os clientes a fazerem seus pedidos com antecedência, já que no próprio dia é comum o congestionamento e a dificuldade em atender a todos os pedidos. “Tem sempre os que deixam para cima da hora”, frisa.
Quanto à variedade, Said comenta que os girassóis também têm ganhado espaço recentemente, embora custem quase o mesmo preço das rosas vermelhas devido ao aumento dos valores das rosas nesta época do ano. Entre os tamanhos e preços dos buquês mais populares, “o de 6 rosas sai por volta de R$170, e o de 12, entre R$270 e R$280”. Além das flores, as cestas personalizadas com pelúcias, o qual ele apostou na alta do personagem Stitch, do filme “Lilo e Stitch”, e bombons também são bastante procuradas para complementar o presente.
Mas, os arranjos são montados conforme o gosto do cliente. “Tem muita gente que vem aqui procurando algo que realmente demonstre carinho e cuidado. E as flores têm essa linguagem única, né? O que eles mais gostam são os buquês com rosas vermelhas, sempre. Mas também temos flores do campo, girassóis, que saem bem. A gente monta tudo com capricho, com mensagem personalizada, e isso faz diferença”, destaca.
Foi o que atraiu Marcelo Meireles, 29, conferente de estoque, que passou na loja para escolher um dos presentes da namorada. “Flores são tradicionais, mas não deixam de ser especiais. É a primeira vez que vou presentear com flores, e sei que tem um impacto grande. Dessa vez, quero fazer algo mais elaborado, com cesta e bilhete. É uma forma de mostrar cuidado”, comentou.
SAIBA MAIS
Mesmo com o calor intenso típico de Belém, as flores expostas nas vitrines e arranjos das floriculturas continuam com aparência fresca e vibrante. Por trás dessa vitalidade, existe um cuidado minucioso com a conservação das flores. Um dos segredos está nas câmaras frias: ambientes refrigerados que garantem que as flores permaneçam bonitas até o momento da entrega. “Quando ela chega, a gente hidrata, corta o pezinho dela, coloca na água e leva para câmara fria. Lá, ela fica fechadinha, como se estivesse dormindo. Quando a gente tira, com o calor daqui, ela vai se abrindo devagarinho, como se estivesse despertando. É o charme da flor viva”, explica Wesley Torres.
Esse processo é fundamental não apenas para manter a estética dos buquês, mas também para garantir a durabilidade do presente. As flores são transportadas de avião, especialmente do Sudeste até Belém, e precisam de atenção redobrada. “As rosas saem mais caras porque fazem a travessia de avião ou caminhão frigorífico. Por isso, temos duas câmaras frias aqui. Esse cuidado é indispensável para manter a qualidade e entregar um presente à altura da emoção da data”, conclui Wesley.
