DIA NACIONAL

Feirantes celebram seu dia com muito trabalho e dedicação

Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Fazer feira pode ser uma importante experiência que contempla um ambiente cheio de sons, cores e demais sensações. Mas para a feira existir, é preciso ter quem trabalhe nelas diariamente para atender aos clientes com os mais diferentes produtos, sejam frutas, verduras, peixes ou carnes. Ou seja, os protagonistas são os feirantes. Estes profissionais são tão fundamentais que têm até uma data especial só para celebrar nacionalmente o reconhecimento da categoria. Neste domingo (25), é comemorado o Dia do Feirante, trabalhador necessário para manter a tradição das feiras e movimentar a economia local.

A data é celebrada anualmente em 25 de agosto, quando ocorreu a regularização da primeira feira livre do Brasil, no ano de 1914, no Estado de São Paulo. O dia nacional foi instituído em 2017, através de projeto de lei. De acordo com a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Economia (Secon), existem pelo menos 32 feiras e 17 mercados municipais distribuídos pela capital paraense. Entre algumas das mais conhecidas estão as feiras da Pedreira e a do Ver-o-Peso.

Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Feirante desde os 16 anos de idade, Inácio Paiva, hoje com 55 anos, trabalha com alegria e motivação vendendo farinhas, ovos e goma de tapioca na Feira da Pedreira. Ele começou jovem na barraca do tio, na cidade de Araioses, no Estado do Maranhão, em seguida veio para Belém no ano de 1986. Cheio de carisma, o trabalhador tenta cativar o cliente sempre com promoções e boa qualidade dos produtos, principalmente com a tradicional farinha de Bragança. “Tudo o que conquistei na vida foi com o trabalho na feira”, afirma.

O sustento da família composta por cinco pessoas é obtido com as vendas dos produtos. Trabalhando todos os dias da semana pela manhã, tarde e noite, o Inácio tem também um irmão feirante, ressaltando que o trabalho deste tipo é algo compartilhado em família. “É o que gostamos de fazer bastante. É este trabalho que mantém a nossa vida”.

Aprendizado

Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Também na mesma feira, na barraca da Andréa Lima, 46 anos, tem todo tipo de verduras e frutas. Há 10 anos trabalhando como feirante na Pedreira, ela e o marido tiram o sustento com a renda obtida nas vendas dos hortifrútis. Nascida em Benevides, ela afirma que o início como feirante foi desafiador. “Eu não sabia como falar com o cliente, nem como atender, mas foi um aprendizado incrível e hoje gosto de atender bem todo mundo que procura a barraca”, explica a feirante.

Andréa comenta que a mãe também foi feirante no Ver-o-Peso por 45 anos, conhecimento que foi repassado para ela. “Eu trabalho aqui de madrugada até de noite. É daqui que tiramos nosso sustento, pagamos o nosso aluguel da casa e compramos nossa moto e carro”, explica Andréa sobre as conquistas obtidas com o trabalho de uma década na feira.
Ainda na Feira da Pedreira, na barraca do Antonio Raposo, 56 anos, tem todo tipo de camarão, dos grandes aos pequenos, dos batidos aos regionais. A história como feirante em Belém começa há quatro décadas, quando a família do Antônio saiu em 1984 da cidade de Cururupu, no Maranhão, com destino à capital paraense. Desde então, sempre esteve envolvido com atividades de feira.

“Logo cedo comecei a trabalhar com isso (feira). Não me vejo fazendo outra coisa”, comenta. Para chamar a atenção dos clientes, o feirante divulga até em carro-som na Pedreira os produtos vendidos na barraca. “Além de camarão, também tenho mexilhão e massa de caranguejo. É um trabalho que faço há muito tempo com vontade e com gosto”, reflete.

Uma atividade que envolve e garante o sustento da família

Na barraca do Valdeir Ferreira, 30 anos, localizada no Ver-o-Peso, tem oleaginosas para todos os tipos e gostos. No ponto aberto de domingo a domingo, há castanha do Pará, castanha de caju e amendoim. Há 15 anos atuando como feirante, Valdeir começou ajudando o pai e afirma que é com a venda dos produtos que tira o sustento de ambos.
“Trabalhar no Ver-o-Peso é uma honra por aqui ser um dos locais mais importantes da cidade onde eu nasci”. Para atrair os clientes, o Valdeir disponibiliza as castanhas na forma in natura (na casca), assadas ou caramelizadas, tudo para chamar a atenção do cliente e garantir boas vendas. “Minha vida é aqui e preciso fazer o melhor para quem busca meus produtos”, comenta sobre o trabalho de venda na feira.

Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Aos 34 anos de idade, a belenense Francy Mendonça já trabalha na feira do Ver-o-Peso há pelo menos duas décadas. Inicialmente, lá atrás começou ajudando o pai com a venda de castanhas na mesma feira, e hoje trabalha comercializando cachaças, pimentas e geleias, todos estes itens produzidos artesanalmente pela feirante. É com a venda destes produtos que a Francy está construindo a casa e consegue pagar a mensalidade escolar dos três filhos adolescentes. “Muitos turistas compram aqui. Pra mim é ótimo. A maior saída é a cachaça de jambu. Eu consigo vender meus produtos e construir os planos que pretendo fazer para minha vida”, ressalta a feirante.