DEFESA

Exército promove evento para debater segurança na COP 30

O Comando Militar do Norte (CMN) do Exército deu início ao “I Seminário de Segurança e Defesa da Amazônia Oriental no contexto da COP 30”

“I Seminário de Segurança e Defesa da Amazônia Oriental no contexto da COP 30”, que vai até esta quarta-feira (7), no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. Foto: Celso Rodrigues
“I Seminário de Segurança e Defesa da Amazônia Oriental no contexto da COP 30”, que vai até esta quarta-feira (7), no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. Foto: Celso Rodrigues

Na promoção de diálogo entre instituições civis, acadêmicas e militares em torno dos desafios de segurança e defesa na região amazônica, o Comando Militar do Norte (CMN), instituição do Exército, deu início, nesta terça-feira (6), ao “I Seminário de Segurança e Defesa da Amazônia Oriental no contexto da COP 30”.

O evento vai até esta quarta-feira (7), no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, discutindo estratégias de proteção territorial, soberania nacional e cooperação interinstitucional diante da visibilidade internacional que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) trará a Belém este ano.

“O desafio é trabalhar, enfrentar os desafios do crime organizado, ameaças ambientais e indígenas, apoiar as comunidades ribeirinhas de uma forma integrada. O que nós estamos procurando fazer com as outras Forças Armadas e com os entes federais e estaduais”, disse o general de Exército José Ricardo Vendramin, comandante militar do Norte.

“Nós temos feito um trabalho de compartilhamento de inteligência muito bom com a Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Militar e Civil do Pará e outros entes, para fazer um planejamento que seja de acordo com a dimensão e o desafio da COP 30”, continuou o comandante do Exército.

A programação do seminário conta com quatro mesas temáticas – duas a cada dia – que abordam desde o papel das Forças Armadas no território amazônico até o enfrentamento a crimes transnacionais e os impactos da mineração no desenvolvimento regional. Além dos militares, o evento ocorre em parceria com a Universidade Federal do Pará (Ufpa), Universidade Estadual do Pará (Uepa) e Universidade da Amazônia (Unama).

No contexto da COP 30,  a professora doutora Izabela Jatene, da Ufpa, mediadora da mesa voltada para a ‘a integração e o emprego conjunto das Forças Armadas na soberania e proteção da Amazônia’, explica que a conferência “exige uma produção gigantesca da nossa região sobre nós mesmos”. Para ela, a integração, informação e a pesquisa em determinadas áreas são importantes na articulação. Lembrando ainda, a colaboração entre pesquisadores e instituições militares em áreas estratégicas como as fronteiras e citou o exemplo da atuação do Exército no resgate de crianças na terra indígena Yanomami. 

“Quando a gente fala em defesa e segurança, nós não podemos só falar nesta política, a gente tem que falar em proteção e promoção social também, por isso a questão da integração é indispensável”.

O principal objetivo do seminário é sensibilizar estudantes e profissionais que atuam na área de segurança. Rodrigo Miranda, estudante do 5º semestre de Relações Internacionais da Uepa, foi um desses participantes. “É uma oportunidade única para entender a questão da segurança nacional, da defesa da Amazônia no contexto da COP 30, a discussão de políticas públicas tanto para a defesa quanto para a ocupação e integração da Amazônia com outros países da Amazônia”, comentou.

MOTIVAÇÃO

As principais missões estratégicas enfrentadas pelas Forças Armadas na região amazônica estão ligadas ao crime organizado, trafico de drogas, mineração ilegal, extração vegetal ilegal, biopirataria, conflitos fundiários, degradação do meio ambiente e intrusão de terras indígenas. Segundo o general, o combate a esses pontos exige uma cooperação entre diferentes esferas de governo. O general do exército também pontuou que o patrulhamento de fronteiras e o mapeamento de ilícitos são fundamentais para coibir a atuação de grupos criminosos na região.

Vendramin reforçou ainda a importância de eventos como esse para o fortalecimento de uma cultura de defesa no país, especialmente entre os jovens.

“A grande motivação foi essa busca de integração com as universidades. A gente sabe que o tema defesa e segurança não é muito conhecido, as vezes está fora do radar dos nossos estudantes. Queremos, ao longo dos anos, que este seminário se perpetue e ajude a criar uma mentalidade de defesa. No ano da COP 30, isso é essencial, porque a conferência exige muita defesa e muita segurança”, afirmou.