PATRIMÔNIO VIVO

Erveiras do Ver-o-Peso são reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial do Pará

Lei sancionada reconhece o saber ancestral das feirantes que mantêm viva a medicina tradicional amazônica

Lei sancionada reconhece o saber ancestral das feirantes que mantêm viva a medicina tradicional amazônica
Lei sancionada reconhece o saber ancestral das feirantes que mantêm viva a medicina tradicional amazônica. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

O tradicional Mercado do Ver-o-Peso, no coração de Belém, é mais do que um ponto turístico ou centro de comércio: é um símbolo da cultura amazônica. E, a partir do dia 2 de setembro de 2025, uma das suas figuras mais emblemáticas — as Erveiras do Ver-o-Peso — passa a ser oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará.

A medida foi estabelecida pela Lei nº 11.126/2025, sancionada pelo governador Helder Barbalho, que declara como patrimônio imaterial as mulheres que produzem e comercializam artigos medicinais naturais voltados ao tratamento da saúde física e espiritual.

“São consideradas Erveiras do Mercado do Ver-o-Peso as feirantes que produzem e comercializam artigos medicinais naturais destinados ao tratamento de saúde física e espiritual”, afirma a lei.

Guardiãs do saber amazônico

As Erveiras do Ver-o-Peso são conhecidas por suas barracas perfumadas, cheias de folhas, raízes, essências, garrafadas e banhos que misturam saberes indígenas, africanos, ribeirinhos e caboclos. Suas práticas remontam a tradições seculares, passadas oralmente de geração em geração.

Elas são curandeiras, conselheiras, terapeutas populares e, sobretudo, protagonistas da medicina tradicional amazônica, que resiste ao tempo e à modernidade com sabedoria e fé.