O mercado de brechós está crescendo e ganhando força com o movimento da moda circular, que propõe repensar o consumo, estender a vida útil das peças e reduzir o impacto ambiental da indústria têxtil. Pensando nisso, o coletivo “É Das Manas” promoveu ontem (3), na Praça Brasil, no bairro Umarizal, mais uma edição do “Encontro de Brechós É Das Manas”.
Das 10h às 17h, o público circulou entre mais de 20 expositores de moda circular e sustentável, selecionados com a curadoria da organização do coletivo. O evento é referência em moda autoral na capital paraense. Além dos brechós, a programação também contou com gastronomia local e música, propondo lazer, cultura e consumo consciente para todas as idades.Na edição do último domingo, o encontro de brechós foi palco da Feira e Samba, comandado pelo grupo musical de Kiko Maravilha, e os sets vibrantes do DJ Me Gusta.
Brunna Heimann, uma das idealizadoras da iniciativa, explica que o pilar principal do encontro de brechós é a sustentabilidade, e que o tema é importante para ser discutido em um espaço público. “Trazer vida para esses espaços é essencial para que a própria população crie consciência em valorizá-los”, frisa. “A população de Belém, principalmente com o advento da COP 30, passou a observar e praticar a sustentabilidade de outras formas. O brechó é o mercado do futuro.”
Notícias Relacionadas
A social media Sarah Brescia, 27, alia a profissão com a atividade de brechó. Há um ano e meio atuando com moda circular, ela explica que iniciou no ramo dos brechós por necessidade, quando teve a ideia de comercializar algumas peças próprias . “Eu gosto muito de moda e moda circular. Precisamos ficar muito atentos com o consumismo desenfreado e valorizar mais iniciativas sustentáveis, como os brechós.”
Para a internacionalista Maria Bethania Galvão, 24, a moda é um conceito que envolve contextos sociais e políticos, pois pode reeducar as pessoas em tópicos fundamentais como sustentabilidade e bem-estar. Galvão atua no comércio das peças de brechós desde o ano de 2018. “Eu comecei vendendo algumas roupas a amigas de forma bem casual. Hoje, virou meu projeto principal de renda”, explica. É com a venda das roupas que a internacionalista levanta fundos para estudar na França o mestrado de marketing e gestão de moda. “Até setembro fico aqui para garantir mais renda com o brechó.”
Consumidora de brechós, a professora de língua portuguesa e maquiadora Thaynara Barbosa, 30, ressalta que 90% das peças do guarda-roupa dela são oriundas de moda circular. Conforme ela ressalta, a escolha pelas peças se dá pela originalidade e significado. “O brechó tem personalidade e as roupas contam a história da moda. Sempre que posso eu participo dos encontros de brechós por entender a importância que o movimento representa na cidade”, comenta a fã assumida da moda circular.
