Na manhã desta sexta-feira (15), trabalhadores, estudantes e movimentos populares se reuniram na Praça do Operário, em São Braz, Belém, para protestar contra a jornada de trabalho 6×1, que obriga os trabalhadores a trabalharem por seis dias seguidos, com apenas um dia de descanso. O ato, que teve início às 8h30, visa apoiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a redução da carga horária de trabalho no Brasil. A proposta foi apresentada pela deputada federal Érika Hilton (Psol-SP) e tem ganhado destaque nas redes sociais, aumentando a pressão sobre o Congresso Nacional para que a medida seja discutida e aprovada.
O protesto contou com a participação de movimentos sociais de diversas partes da cidade e, após a concentração na Praça do Operário, os manifestantes seguiram em caminhada até a Avenida Visconde de Souza Franco, no Reduto. Ao longo do feriado da Proclamação da República, o movimento também mobilizou ao menos 15 capitais brasileiras, demonstrando a força da luta por melhores condições de trabalho em todo o país.
Movimento “Pela Vida Além do Trabalho” (VAT) luta pela redução da carga horária
O movimento “Pela Vida Além do Trabalho” (VAT) tem sido um dos principais articuladores dessa mobilização e pede apoio da população para pressionar os deputados a aprovarem a PEC, que, segundo os organizadores, representa um avanço significativo na luta por melhores condições de trabalho e pela promoção de uma vida mais equilibrada para os trabalhadores brasileiros.
Naslla Tembra, coordenadora do movimento VAT em Belém, destacou a importância da redução da carga horária como uma demanda urgente. “A diminuição da carga horária de trabalho é um grande passo para o futuro do trabalho no Brasil. A PEC apresentada pela deputada Érika Hilton e pelo vereador Rick Azevedo só avançará se houver a mobilização popular. A presença nas ruas é essencial para pressionarmos o Congresso e avançarmos em busca de melhores condições para os trabalhadores”, afirmou.
Luta contra a exploração e a precarização do trabalho no Brasil
Carlos Gouveia, representante do movimento Subverta, enfatizou o caráter histórico da luta contra a jornada 6×1. “A Praça do Operário simboliza nossa luta histórica por direitos. A jornada de trabalho 6×1 é uma forma de escravidão moderna que retira a dignidade dos trabalhadores e os submete a condições desumanas. Hoje, estamos unidos com outras capitais para dar voz à classe trabalhadora e levantar questões fundamentais sobre os direitos dos trabalhadores no Brasil”, disse.
Renata Moara, coordenadora do Movimento Juntos, ressaltou o impacto negativo da precarização do trabalho na vida dos brasileiros. “A precarização do trabalho no Brasil afeta diretamente o convívio social e a saúde dos trabalhadores. Estamos lutando pela redução da carga horária sem redução salarial, para que todos possam ter uma melhor qualidade de vida. A transformação dessa realidade depende da nossa união e da pressão constante nas ruas”, concluiu.
A luta pela redução da carga horária e seus impactos
A jornada de trabalho 6×1, que tem gerado uma onda de protestos em várias regiões do Brasil, é vista como um símbolo da exploração no mercado de trabalho, onde a carga excessiva de trabalho prejudica a saúde mental e física dos trabalhadores, além de restringir a convivência familiar e social. A PEC que propõe a redução da carga horária busca equilibrar as condições de trabalho e promover mais tempo para o lazer e os cuidados com a saúde.
Com o apoio crescente nas redes sociais e em diversas capitais brasileiras, o movimento agora se concentra em pressionar os parlamentares para que aprovem a PEC, dando um passo importante na melhoria das condições de trabalho e no fortalecimento dos direitos dos trabalhadores no Brasil.