RELATÓRIO

Diagnóstico mostra realidade e mobiliza Terra Firme para justiça ambiental

Conheça o Diagnóstico Ambiental da Terra Firme e as ações para solucionar os problemas ambientais do bairro.

Diagnóstico mostra realidade e mobiliza Terra Firme para justiça ambiental Diagnóstico mostra realidade e mobiliza Terra Firme para justiça ambiental Diagnóstico mostra realidade e mobiliza Terra Firme para justiça ambiental Diagnóstico mostra realidade e mobiliza Terra Firme para justiça ambiental
Movimentos sociais da Terra Firme se organizam para dialogar com o poder público sobre políticas de meio ambiente e limpeza do bairro
Movimentos sociais da Terra Firme se organizam para dialogar com o poder público sobre políticas de meio ambiente e limpeza do bairro

Na noite desta quinta-feira, 21, o auditório da escola Brigadeiro Fontenelle recebeu cerca de 100 participantes, entre moradores, ativistas, estudantes e gestores, para a apresentação dos resultados do Diagnóstico Ambiental da Terra Firme. O evento marcou um importante avanço nas lutas ambientais do bairro com a formalização do Comitê Permanente de Gestão de Resíduos e Direitos Ambientais. Essa iniciativa comunitária busca propor soluções concretas para desafios históricos, como a coleta de lixo, educação ambiental e a limpeza de áreas críticas, com atenção especial ao rio Tucunduba.

Diagnóstico Ambiental, realizado entre agosto e setembro, evidenciou a gravidade dos problemas enfrentados pelos moradores. Quase 100% dos entrevistados relacionaram a precariedade ambiental ao descarte irregular de resíduos e à coleta insuficiente. Locais como a Avenida Tucunduba, especialmente nas proximidades da passagem Brasília (Lauro Sodré), e o abrigo Residencial Liberdade foram identificados como pontos críticos de despejo de lixo.

“Agora temos informações sólidas para dialogar com os gestores públicos e propor mudanças baseadas nas necessidades reais da comunidade”, destacou Jaqueline Almeida, gestora de projetos do Instituto Bem da Amazônia.

Soluções e engajamento comunitário

O Diagnóstico também apresentou ações sugeridas pelos moradores para mitigar os problemas, como melhorias na coleta de resíduos, programas de reciclagem e arborização do bairro. “Nosso objetivo não é mostrar o que está errado: buscamos construir soluções junto à comunidade, com base em temas importantes, como a justiça ambiental. A Terra Firme é um exemplo de resistência e mobilização, e o projeto tem o potencial de amplificar as vozes dos moradores na busca por mudanças concretas”, reforçou Thayana Araújo, coordenadora do projeto Minha Terra Limpa é Firme.

Francisco Batista, idealizador do coletivo Chalé da Paz e membro do Comitê, destacou a importância do momento: “Este projeto pode ter um grande impacto no bairro. É um marco para mobilizar a sociedade local e refletir sobre questões ambientais mais amplas, como o cuidado com os rios.”

Comitê Permanente

Durante o evento, foi oficializada a criação do Comitê Permanente de Gestão de Resíduos e Direitos Ambientais com a assinatura de um termo de compromisso por nove movimentos atuantes na Terra Firme:

·       Associação Cultural Amazônica Boi Marronzinho

·       Chalé da Paz

·       Coletivo Hip Hop Pai D’Égua

·       Coletivo Lutar Sempre

·       Companhia de Teatro JAVE – Jovens de Arte, Vida e Expressão

·       Movimento Defensores dos Rios de Belém

·       Movimento Tucunduba Pró Lago Verde

·       Os Tamuatás do Tucunduba

·       Ponto de Memória da Terra Firme

Para Gaspar do Norte, militante do movimento hip-hop do bairro, a iniciativa é um marco: “Fico contente em ver os coletivos unidos nessa luta pelo nosso espaço, por um ambiente limpo e pela preservação do meio ambiente. Precisamos de infraestrutura, mas também de um equilíbrio com a natureza, para que futuras gerações tenham acesso a um bairro mais saudável e sustentável.”

Próximos passos

Nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, o projeto promoverá oficinas sobre memória dos rios da Terra Firme e participação cidadã, com foco na educação ambiental. Essas atividades visam transformar a relação dos moradores com o resíduo e fomentar práticas sustentáveis.

Até o final do ano, o Minha Terra Limpa é Firme apresentará aos governantes um documento com propostas detalhadas, fruto das discussões do evento e do III Seminário de Defesa da Terra Firme, realizado em julho.

A iniciativa é financiada pelo programa Sumamos+, que apoia projetos socioambientais em diversos países da América Latina. O Pará é o único estado brasileiro contemplado, reforçando a relevância dessa mobilização no cenário regional e nacional.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.