O dia 10 de julho é uma data especial em diversas partes do mundo porque se celebra um dos alimentos mais vendidos diariamente em todo o planeta: a pizza. Só no Brasil, de acordo com um levantamento da Associação de Pizzarias de São Paulo, mais de 1 milhão de unidades são comercializadas por dia. A origem dessa combinação de queijo, pão e molho de tomate remonta à Antiguidade. Sabe-se que egípcios, gregos e romanos comiam pães em forma de disco cobertos com azeite e ervas — uma versão primitiva do que viria a se tornar a pizza, já no século XVIII. O surgimento da pizza moderna, do jeito que conhecemos hoje, é atribuído aos povos do sul da Itália, especialmente em Nápoles.
Pela simplicidade dos ingredientes — queijo e molho de tomate — essa forma de consumir o pão do dia a dia se popularizou entre as camadas mais pobres da cidade na época. O êxodo europeu do final do século XIX e início do XX, e também no período entre guerras, ajudou a espalhar o costume italiano pelo mundo. Belém, com seu jeito cosmopolita, não poderia deixar de aderir à tendência — claro, adaptando o formato europeu à moda paraense. Na cidade, diversos estabelecimentos se destacam pela eficiência e qualidade no preparo das pizzas, além da inovação nos cardápios.
Fábio Lima, proprietário da Pizza do Fábio, no bairro do Marco, ressalta que os sabores originais são os que fazem mais sucesso na casa. “Sempre preservamos o que nos define: a memória de nossos ancestrais. O tacacá, prato tradicional, representa essa conexão com as nossas raízes. Considero-o um alimento emblemático, uma expressão de nossa cultura e identidade. É a combinação perfeita do tucupi, extraído da mandioca brava, com o jambu, que simboliza a Amazônia. Essa explosão de sabores e culturas une o povo do Pará, Portugal e Itália”, explica o chef sobre a pizza de sabor tacacá, o maior sucesso da casa atualmente.
Fábio começou no ramo como auxiliar e depois como chef em alguns restaurantes. Montou a primeira pizzaria em Vigia, no nordeste do Pará, e há 7 anos trouxe o negócio para a capital. Desde então, fez cursos e aperfeiçoou técnicas para desenvolver a massa exclusiva da casa e os sabores das pizzas. “A gente se preocupa muito não só em selecionar bons ingredientes, mas a gente acredita numa boa massa, onde há investimento”, afirma. “Eu sei fazer a massa legitimamente italiana, mas apostei: assim como outros têm a sua identidade, por que eu não posso ter a minha por meio da nossa massa? E foi aí que comecei a buscar, com outros cursos, a desenvolver também a minha própria receita”, completa.
Neto Fonseca, dono da pizzaria Senhor Tomate, no bairro de Batista Campos, destaca que o sabor e o tempero da pizza paraense são diferentes. “A pizza é uma comida mundial, ela abraça a todos, é democrática. Pizza é família, normalmente quem compra, compra para compartilhar. Mas eu já morei fora e percebi que a qualidade da pizza não é a mesma. Aqui em Belém, inclusive, pessoas de outros estados já vieram comer no Senhor Tomate e elogiaram muito”, declara.
Ele conta que sempre foi amante de pizza, mas nunca se imaginou trabalhando com o produto até enxergar uma oportunidade atrativa no mercado. “A pizza sempre fez parte da minha vida. Sempre fui viciado em pizza. E nunca pensei em trabalhar com isso. Mas morei um tempo fora e trouxe essa ideia para Belém quando voltei. Convidei meu sócio e idealizamos o Sr. Tomate”, relata.
Neto afirma que o foco atual da empresa é o delivery, com a missão de oferecer entregas rápidas. “A gente está trabalhando na dor de quem pede delivery: a demora. Então, viemos para solucionar essa situação. Uma entrega rápida, um preço competitivo e a qualidade do produto continua a mesma”, finaliza.