A celebração pelo dia de Nossa Senhora de Lourdes, ontem (11), foi marcada por uma procissão luminosa no início da noite, que percorreu as ruas do bairro de Nazaré, em Belém. Antes, uma missa foi celebrada pelo arcebispo da capital, dom Alberto Taveira Corrêa, na Capela dedicada à santa, localizada na avenida José Malcher.
A festividade de Lourdes deste ano traz o tema “Rezando com Maria, Somos Peregrinos da Esperança”. A proposta é dialogar com o Jubileu Católico de 2025, marcado por uma série de programações e reflexões sobre a fé, conforme as orientações do Papa Francisco.
“Nós tivemos uma trajetória desde o dia 29, com a abertura, que contou com a apresentação do tema e do manto. Este é o terceiro ano que temos o manto de Nossa Senhora. A cada ano escolhemos um novo tema, e, desta vez, ele está atrelado ao Ano Jubilar e ao Ano Santo. Essa esperança é algo para o qual somos chamados a viver, assim como Maria viveu em seu coração”, explica o padre Adilson Almeida, capelão do espaço e organizador da programação.
Segundo a Igreja, no século XIX, em uma pequena cidade da França, Maria de Nazaré teria aparecido, em espírito, em uma gruta para uma adolescente de 14 anos chamada Bernardette Soubirous, operando milagres em enfermos por meio da jovem. A representação da imagem relatada por Soubirous deu origem ao que hoje conhecemos como Lourdes.
“Ela é a patrona dos enfermos, então tem uma grande importância na vida de tantas pessoas. Olhando para Lourdes, na França, e para a gruta onde Bernadette viu Nossa Senhora de Lourdes, as pessoas encontram aqui um pequeno reflexo daquele lugar sagrado. Hoje, uma multidão passa por aqui, cada um com muita fé, buscando, enfim, a cura do corpo, da alma e do coração”, completa o padre Almeida.
Lucilene Bezerra, 66 anos, vendedora de artigos religiosos e devota da santa, mantém uma tradição que começou com sua avó, que deu à mãe dela o nome Maria de Lourdes.
“A minha mãe ficou muito doente, com um problema na perna, e passou quase 40 dias no hospital. Eu vinha todos os dias até a grutinha ali na frente e pedia que Nossa Senhora ajudasse minha mãe a sair do hospital. Ela estava sendo tratada, mas, como já era idosa, os médicos praticamente haviam dado um veredito. Mas minha mãe voltou para casa e ficou boa”, conta.
Socorro Ferreira, 63 anos, médica, acompanhou a procissão ao lado do marido, o administrador Luciano Ferreira, 58.
“Além de ser um ato de devoção, é também um ato de memória. Hoje seria o aniversário da minha mãe, se estivesse viva. Fazemos parte da comunidade há quase 30 anos, então essa festividade se tornou uma vivência, uma experiência renovada a cada ano. Rezamos para que Nossa Senhora interceda por cada um de nós. Principalmente porque ela é protetora da saúde, e, na minha profissão, precisamos muito dessa intercessão”, declara Socorro.