HISTÓRIA

Corveta da Marinha ficou aberta para visitação em Belém

O navio-museu Corveta “Solimões”, da Marinha do Brasil (MB), ficou aberto para visitação pública até domingo, 7 de setembro

Além de conhecer as instalações, o público pôde aprofundar os conhecimentos sobre a fundação da Força Naval brasileira, sua história e a importância para o país. Fotos: Wagner Almeida
Além de conhecer as instalações, o público pôde aprofundar os conhecimentos sobre a fundação da Força Naval brasileira, sua história e a importância para o país. Fotos: Wagner Almeida

O navio-museu Corveta “Solimões”, da Marinha do Brasil (MB), ficou aberto para visitação pública até domingo, 7 de setembro, na escadinha da Estação das Docas, em Belém, como parte das comemorações pelo Dia da Independência do Brasil. Esta é a primeira programação aberta ao público desde o início da manutenção da embarcação, iniciada há seis anos. Além de conhecer as instalações, o público pôde aprofundar os conhecimentos sobre a fundação da Força Naval brasileira, sua história e a importância para o país. 


A Corveta Solimões é o primeiro navio-museu da região Norte e passou a receber o público após um convênio firmado, em 2004, entre a Marinha e a Secretaria de Estado de Cultura, recebendo cerca de 30 mil visitantes por ano. Até 2019, ela ficava em exposição ao lado da Casa das Onze Janelas, quando foi removida para reforma.

“A corveta retoma a história naval, da Marinha e a importância da mentalidade marítima. As pessoas que visitam esses espaços acabam não conhecendo a função da MB e a visita estimula essa consciência”, explica o capitão de Mar e Guerra, comandante do Grupamento de Patrulha Naval do Norte, Guilherme Moreira. 


A Marinha define como mentalidade marítima “a convicção ou crença, individual ou coletiva, da importância do mar para a sobrevivência e a prosperidade do país, desenvolvendo nos brasileiros hábitos e atitudes de uso racional e sustentável dos recursos marinhos”. O comandante pontua que os portos brasileiros movimentam cerca de 95% do comércio internacional.

O mar também é um vetor do desenvolvimento nacional, por meio da extração do petróleo e da pesca. Por isso “é importante, principalmente por uma questão econômica, que o país tenha essa mentalidade”, reforça o capitão de Mar e Guerra.


Dentro da embarcação o público contou com uma visita guiada conduzida pelos militares. A Corveta Solimões foi construída na Holanda e lançada ao mar em 1954. De 1955 a 1959, esteve subordinada ao Comando do 1º Distrito Naval. Em dezembro de 1959, passou a ser subordinada ao Comando do 4º Distrito Naval, com sede em Belém, e, desde 1974, integra o Comando do Grupamento Naval do Norte. 

No período de atividade realizou desencalhe e reboque de navios, patrulha (inclusive de fronteiras), socorro marítimo (busca e salvamento), transporte de tropas e ações de assistência às populações ribeirinhas da Amazônia, transportando suprimentos e provendo assistência médica e odontológica. A embarcação saiu de atividade em 2003, quando foi transformada em museu. 

História

Reaberta ao público para celebrar o 7 de setembro, a data escolhida não foi por acaso: a Esquadra brasileira foi criada em 1822, para combater as forças navais portuguesas que se opunham à independência do Brasil. O objetivo era impedir a chegada de reforços e combater as tropas lusas no litoral, além de transportar soldados e suprimentos para apoiar a luta pela Independência em terra.

“Nos sentimos representados enquanto brasileiros. A Marinha continua trazendo proteção ao longo dos anos e vai continuar, principalmente aqui na região amazônica”, afirmou Wlyelison Barbosa, que visitou a embarcação com a esposa e o filho, pela primeira vez.  

Segundo as informações da Força Naval, uma das primeiras ações tomadas para o estabelecimento da Marinha Imperial foi a imediata incorporação dos navios portugueses deixados nos portos, entre os quais estavam as Fragatas “União”, “Real Carolina”, “Sucesso” que foram rebatizadas respectivamente como “Piranga”, “Paraguaçu” e “Niterói”; as Corvetas “Maria da Glória” e “Liberal”; o Brigue “Reino Unido” rebatizado como “Cacique”.

O governo adquiriu ainda alguns navios, como os Brigues “Maipu” e “Nightingale” que foram rebatizados como “Caboclo” e “Guarani”, formando assim a primeira Esquadra brasileira.