A Ilha do Combu, localizada na região insular de Belém, passou a ser reconhecida oficialmente como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, conforme a Lei nº 11.009, de 30 de maio de 2025, sancionada pelo governador Helder Barbalho.
O reconhecimento abrange a gastronomia local, a produção de chocolates orgânicos, o turismo, o trabalho dos barqueiros e todas as atividades realizadas na ilha.
O objetivo da nova lei é fortalecer a estruturação, divulgação e promoção dos atrativos turísticos da região, estimulando a sociobioeconomia e fomentando políticas públicas que valorizem o território e seus moradores.
Patrimônio de cultura viva e natureza preservada
A Ilha do Combu é a quarta maior entre as 39 ilhas que compõem a região insular de Belém. Composta majoritariamente por população ribeirinha, a economia local gira em torno do turismo/lazer e do extrativismo sustentável.
A ilha abriga cinco comunidades:
- Beira Rio Guamá
- Igarapé do Combú
- Furo da Paciência
- Igarapé do Piriquitaquara
- Furo do Benedito
Casas, bares e restaurantes se distribuem ao longo das margens dos rios que cercam a ilha. A locomoção é exclusivamente fluvial, já que não há caminhos abertos por dentro da floresta — o que também não é recomendado por razões de segurança e preservação ambiental.
A paisagem revela um contraste marcante: de um lado, os prédios da Belém urbana; do outro, a natureza verde e intocada da ilha. O cenário atrai visitantes em busca de experiências autênticas e contato direto com o ambiente amazônico.
História construída por resistências e raízes diversas
Embora não haja uma história oficial da Ilha do Combu, pesquisas apontam que sua ocupação remonta ao final do século XIX, quando indígenas e negros fugidos se refugiaram nas ilhas para escapar da urbanização da capital.
Mais tarde, a ilha recebeu migrantes de outras partes do Pará e do Brasil, especialmente nordestinos que chegaram ao estado durante o ciclo da borracha, atraídos pelas políticas de incentivo à migração para os seringais.
Com o tempo, novas famílias foram se instalando, vindas do interior e de diferentes origens, formando uma comunidade diversa e conectada por laços familiares, trocas de saberes e forte identidade cultural. Mesmo com as dificuldades históricas, os moradores mantêm uma relação de pertencimento profunda com a ilha, sustentada pela vivência comunitária e pela valorização do território.
Com informações do portal https://ilhadocombu.tur.br/a-ilha-do-combu/