
Em novembro de 2025, o Brasil — e especialmente o Pará — será o centro das atenções mundiais com a realização da COP30, a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Pela primeira vez, o evento será sediado na Amazônia brasileira, e a escolhida para receber delegações de quase 200 países foi Belém, capital do Pará. A conferência ocorrerá em novembro.
A realização da COP30 em Belém é um marco simbólico e estratégico. Localizada às margens da maior floresta tropical do planeta, a cidade representa a luta dos povos amazônicos e coloca o bioma amazônico no centro do debate climático mundial. A preservação da floresta é apontada por cientistas como um dos principais caminhos para frear o aquecimento global.
A expectativa é de que a COP30 reúna líderes mundiais, cientistas, ambientalistas, representantes de comunidades tradicionais, povos indígenas, empresários e sociedade civil. O principal objetivo será avaliar os compromissos firmados no Acordo de Paris, buscando novas metas para conter o aumento da temperatura global — que não deve ultrapassar 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
📘 COP30: entenda o vocabulário do evento
Se você mora em Belém ou vai visitar a cidade durante a COP30, é bom se familiarizar com os termos usados nos debates sobre o clima. Veja abaixo um glossário com os principais conceitos:
✅ COP (Conferência das Partes)
É a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, realizada anualmente. Reúne representantes de quase todos os países para discutir medidas de enfrentamento à crise climática. Além da COP do Clima, também existem a COP da Biodiversidade e a COP de Desertificação.
🔵 Zona Azul
Área restrita da COP onde ocorrem as negociações oficiais entre governos, reuniões ministeriais e conferências com chefes de Estado.
🟢 Zona Verde
Espaço aberto ao público com atividades paralelas, exposições, workshops, debates e apresentações de ONGs, empresas, cientistas, artistas e povos indígenas.
💬 Side Events
Eventos paralelos que acontecem fora da programação oficial, com foco em troca de experiências, inovações e parcerias climáticas.
🧠 Termos que você vai ouvir muito na COP30
- Adaptação e Mitigação Climática: Mitigação reduz as emissões de gases poluentes; adaptação prepara as comunidades para os efeitos das mudanças climáticas.
- Bioeconomia: Modelo que usa recursos naturais de forma sustentável, combinando inovação, valorização da floresta e geração de renda para comunidades locais.
- Transição Energética Justa: Trocar energia poluente (como petróleo e carvão) por fontes limpas, garantindo empregos e inclusão para quem vive das antigas economias.
- Financiamento Climático: Apoio financeiro (nacional e internacional) para ações de mitigação e adaptação, especialmente nos países em desenvolvimento.
- Mercado de Carbono: Sistema que permite comprar e vender créditos de carbono, incentivando quem protege florestas ou reduz emissões.
- REDD+: Programa que recompensa financeiramente países por conservar florestas e evitar o desmatamento.
- Acordo de Paris: Tratado internacional de 2015 que estabelece metas para conter o aquecimento global. Todos os países devem apresentar planos nacionais de redução de emissões.
- IPLCs (Povos Indígenas e Comunidades Locais): São os guardiões de 80% da biodiversidade mundial. Na COP30, sua participação será essencial, especialmente por estarem diretamente ligados à Floresta Amazônica.
👥 Quem organiza a COP30?
- Presidente da COP: André Corrêa do Lago, diplomata com longa atuação na área ambiental.
- Diretora Executiva da COP: Ana Toni, atual secretária nacional de Mudança do Clima.
- High-Level Climate Champion: Ainda será anunciado, e terá papel fundamental em conectar empresas, cidades e sociedade civil às metas climáticas.
🌱 Legado para Belém e o Brasil
A COP30 será muito mais do que um evento diplomático. A previsão é de que ela traga investimentos em infraestrutura, mobilidade urbana, hotelaria, comunicação e qualificação profissional para a população de Belém e do Pará. A realização do evento pode ser um divisor de águas, assim como foi a ECO-92 no Rio de Janeiro, com reflexos duradouros na forma como o Brasil e o mundo encaram o meio ambiente.
Belém e a Amazônia estarão no centro do mundo. É hora de mostrar que a floresta em pé vale mais do que destruída.
Fonte: CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável)