TRABALHO

COP vai fazer o emprego bombar em Belém em 2025

Capital criou 16.161 novos postos de trabalho entre janeiro e novembro de 2024. E 2025 promete ser ainda melhor

Foto: Marcelo Camargo/ Ag. Brasil
Foto: Marcelo Camargo/ Ag. Brasil

Belém - Belém celebra seus 409 anos como um marco de história e desenvolvimento no Pará, destacando-se em 2024 como o líder absoluto na geração de empregos formais no Estado. Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), publicado nesta sexta-feira (10), baseados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), revelou que a capital criou 16.161 novos postos de trabalho entre janeiro e novembro do último ano, cerca de 42% maior que o saldo do mesmo período de 2023.

Considerando ainda o período de janeiro a novembro de 2024, o setor de serviços é o carro-chefe desse crescimento, com 9.371 novos empregos. Comércio e construção civil também apresentaram desempenhos expressivos, com saldos positivos de 3.658 e 3.267 postos de trabalho, respectivamente. Outro setor, embora tímido, mas também positivo, é o de agropecuária, com 139 de saldo. Em contraste, a indústria foi o único setor a apresentar retração, registrando uma perda de 274 vagas.

Segundo Everson Costa, supervisor técnico do Dieese-PA, se analisar a história de formação econômica e política da cidade de Belém, o setor de comércio sempre foi muito forte, mas o setor de serviços movimenta a economia da capital paraense há muito tempo, já que Belém sempre concentrou grandes bancos, serviços de saúde, transporte e tecnologia, tornando-se diversificada nas atividades econômicas.

Maria Leite, atendente de padaria Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará

“Mais recentemente com a questão da COP 30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas], o que podemos verificar é que a tendência de crescimento neste setor [serviços] é maior ainda, não só porque muitos envolvem o atendimento, a recepção e o preparo desse grande evento, mas também porque as atividades ligadas ao turismo também vão fomentar e demandar bastante da economia, do mercado de trabalho e do que a capital tem a oferecer”, complementou.

2025 POSITIVO

Além disso, o supervisor técnico prevê um cenário positivo para 2025. Com a COP 30, ele explica que “a gente está falando de 5 bilhões de convênios, recursos específicos para preparar o Estado e a principal porta de entrada, a capital. Então, muito disso vai para a constituição civil, que é um grande agregador, gerador de postos de trabalho”.

“A tendência é extremamente positiva, especialmente nos setores de hospedagem, transporte e logística. Belém, hoje, passa a concentrar, na Região Norte, os principais eventos internacionais. A gastronomia e o turismo também fazem com que a gente tenha outras experiências, mas a grande aposta e um dos legados esperados da COP 30 é que Belém possa se estabelecer como grande porta de entrada para o turismo na Amazônia”, pontuou.

OPORTUNIDADE

Fazendo parte dos setores aquecidos no mercado, Maria Leite, de 41 anos, começou com uma nova oportunidade de trabalho, iniciada ainda nesta sexta-feira (10), sendo atendente em uma padaria localizada na avenida Almirante Barroso com travessa Pirajá, no bairro Marco. “Já estava há mais de um ano desempregada, cuidando só da minha casa. Para mim, esse emprego representa dignidade e orgulho. Agora posso ter meu próprio dinheiro”, contou.

Na mesma padaria, a gerente Maria dos Reis Barros, 41, explicou sobre as novas contratações: “No início do ano, precisei contratar porque duas funcionárias engravidaram e estão de licença. Atualmente, temos seis pessoas trabalhando, mas estamos vendo a possibilidade de abrir para mais um funcionário para ajudar na área de forneamento”, compartilhou.

Annie Jesus, 52 anos, manicure em um espaço na avenida Pedro Miranda, entre as travessas da Estrella e Timbó, deu entrada recentemente no setor de beleza. “Estou aqui há pouco tempo, é a minha primeira semana. Fiz um curso há seis meses e tentei montar meu próprio negócio, mas os custos eram muito altos. Então decidi ganhar experiência para, no futuro, abrir meu salão”, disse.

RANKING

A capital do Estado, entre os 144 municípios paraenses que registraram crescimento do emprego formal, carrega o equivalente a pouco mais de 30% de todos os postos de trabalhos gerados no Pará no balanço acumulado de 2024. Atrás de Belém estão, no top 5: Canaã dos Carajás, com 3.393, e Marabá, com 3.334, Castanhal, com 3.019, e Barcarena, com 2.348. Completando o ranking das 10 cidades: Ananindeua (2.169), seguido por Santarém (1.769), Parauapebas (1.583), Benevides (1.423), e Marituba (1.379).

No contexto regional, os dados apontam que todas as capitais da Região Norte registraram crescimento na geração de empregos formais no comparativo entre admitidos e desligados no período dos 11 meses de 2024. Belém ocupou a segunda posição em saldo de empregos entre as capitais do Norte, ficando atrás apenas de Manaus (AM), que liderou com 37.636 vagas formais criadas. Atrás de Belém, está Macapá (AP) com 8.387 novos postos de trabalho.

Esse desempenho reflete também a contribuição da cidade para o Produto Interno Bruto (PIB) estadual, com 13% da riqueza gerada no Pará, especialmente nos setores de serviços, comércio e administração pública. O PIB de Belém chega a mais de R$30 bilhões de reais, com destaques para os setores de serviços, administração pública, atividades imobiliárias, comércio e intermediação financeira.