REFORMA HISTÓRICA

Com risco estrutural, hospital PSM da 14 será fechado e reformado

A última grande intervenção no prédio ocorreu em 2015, com R$ 22 milhões investidos na reforma do bloco antigo.

Com risco estrutural, hospital PSM da 14 será fechado e reformado Com risco estrutural, hospital PSM da 14 será fechado e reformado Com risco estrutural, hospital PSM da 14 será fechado e reformado Com risco estrutural, hospital PSM da 14 será fechado e reformado
A decisão estratégica, tomada pelo prefeito Igor Normando, visa transformar o hospital em uma unidade de referência para a capital
A decisão estratégica, tomada pelo prefeito Igor Normando, visa transformar o hospital em uma unidade de referência para a capital. Foto: Reprodução

O Hospital de Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, conhecido como PSM da 14 de Março, passará por uma interdição temporária para uma grande e importante reforma estrutural. A informação foi anunciada pelo prefeito de Belém, Igor Normando, durante coletiva no Palácio Antônio Lemos, nesta quarta-feira (25). O objetivo é transformar o PSM da 14 de Março em um hospital municipal de referência, capaz de atender a população com mais dignidade.

“Vamos fazer uma grande intervenção na estrutura do pronto-socorro, algo que nunca foi feito antes na história dele. Durante 30 anos, o pronto-socorro da 14 sempre apareceu nas notícias, seja na TV ou nos jornais, mas sempre com notícias ruins, problemas na estrutura, no atendimento ou de materiais. E a verdade é que, nesse tempo todo, poucos tiveram coragem de enfrentar esse desafio”, afirmou Igor Normando.

“Hoje, o que estamos oferecendo a Belém não é só uma reforma no pronto-socorro da 14 de Março. Estamos criando a condição para que, em um curto período, Belém passe de 180 leitos para mais de 300 leitos funcionando normalmente. Ou seja, ao invés de termos apenas um hospital, que é o pronto-socorro da 14, teremos dois hospitais com portas abertas. Assim, conseguimos ampliar bastante a capacidade de atendimento e garantir mais segurança e cuidado para a população”, acrescentou.

Durante a coletiva, o prefeito reforçou a importância de cuidar do pronto-socorro da 14, que, segundo ele, parece ter ficado parado no tempo. Ele ressaltou que esse hospital atende não só moradores de Belém, mas também pacientes de várias regiões do estado, incluindo o interior, e mesmo assim o município continua cumprindo suas obrigações financeiras todos os meses.

Interdição e Reconstrução do Hospital Municipal de Referência

A interdição aconteceu por uma decisão importante do prefeito de Belém, que colocou como prioridade a reconstrução do Hospital Municipal de Referência, fundamental para a cidade. Essa escolha foi reforçada pelos relatórios recentes do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA), da Vigilância Sanitária Municipal, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Esses documentos apontam riscos sérios à saúde e à estrutura do prédio, colocando em perigo tanto pacientes quanto profissionais que atuam ali.

Reunião convocada pelo Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) com representantes de diversas instituições deixam de fora a Prefeitura de Belém em importante discussão sobre o HPSM Mário Pinotti, o PSM da 14.
PSM da 14. Foto: Agência Belém

Entre os principais problemas apontados estão infiltrações, presença de mofo, fios expostos, além de condições precárias nas salas de atendimento, enfermarias e banheiros. Também há risco imediato no necrotério, e a agência transfusional foi interditada pela Anvisa.

Continuidade do Atendimento Durante a Reforma

Durante o período de reforma, o atendimento do PSM da 14 será realizado por uma empresa privada com experiência comprovada, garantindo que as especialidades oferecidas continuem normalmente. O funcionamento seguirá no formato de porta aberta, como ocorre atualmente. Essa nova estrutura, gerenciada por empresa especializada, possibilitará melhorias na qualidade do atendimento, incluindo acesso a tecnologias e equipamentos que o PSM da 14 não possui hoje.

A contratação dessa empresa será feita por meio de chamamento público, conforme a nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), com critérios técnicos definidos previamente no edital. A expectativa é que, cumpridos os prazos legais, a contratação seja concluída até setembro, data também prevista para a transferência dos serviços. Essa iniciativa proporcionará uma economia de aproximadamente R$ 3 milhões por mês aos cofres públicos.

Impacto nos Servidores e Funcionários

Igor Normando afirmou que não haverá demissões de servidores ou funcionários da unidade. “É importante frisar que nenhum servidor efetivo será desligado. Atualmente, contamos com muitos equipamentos de saúde essenciais para a nossa cidade, e todos continuarão atuando para garantir o melhor atendimento à população. Durante a transição, parte da equipe será realocada na rede municipal de saúde, conforme perfil técnico e disponibilidade de vagas”, disse.

O secretário municipal de Saúde, Rômulo Nina, também participou da coletiva e destacou que esta será a maior reforma já realizada no hospital. Ele explicou que todas as ações estão baseadas em relatórios de diferentes órgãos reguladores para orientar as decisões. Rômulo reforçou a importância de agir com rapidez e senso de urgência, pois outra postura poderia atrasar ainda mais o processo. Para ele, é preciso coragem para enfrentar essa mudança.

“É muito importante frisar que o pronto-socorro é extremamente importante para a cidade e para a região metropolitana. Saibam que atendemos no pronto-socorro, 30% dos casos são de cidades que extrapolam a região metropolitana de Belém. Belém merece um pronto-socorro, todos nós merecemos um pronto-socorro requalificado. Não dá mais para fazermos reformas estruturais que não sejam efetivas e que gerem maior prejuízo futuro”, finalizou.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.