
Pela primeira vez em 2025, o custo da cesta básica de alimentos em Belém apresentou queda, segundo levantamento do DIEESE — Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. No mês de junho, o valor médio da cesta ficou em R$ 709,04, uma redução de 2,39% em relação a maio, quando custava R$ 726,38.
Apesar da baixa, a alimentação básica ainda compromete mais da metade do salário mínimo atual, fixado em R$ 1.518,00. Um trabalhador precisou dedicar cerca de 102 horas e 46 minutos — quase metade da jornada mensal de trabalho — apenas para adquirir os 12 itens essenciais da cesta. Para uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças), o custo estimado com alimentação foi de R$ 2.127,12, o que corresponde a aproximadamente 1,4 salários mínimos.
A redução nos preços foi puxada, principalmente, por quedas expressivas em produtos como:
- Arroz: -9,55%
- Tomate: -5,45%
- Açúcar: -3,15%
- Óleo de soja: -2,97%
- Carne bovina: -2,83%
- Banana: -2,44%
- Farinha de mandioca: -2,25%
Em contrapartida, alguns itens apresentaram aumentos em junho:
- Leite: +0,48%
- Feijão: +0,18%
- Pão: +0,12%
- Manteiga: +0,11%
- Café: +0,03%
No acumulado do 1º semestre de 2025 (janeiro a junho), o custo da cesta básica em Belém subiu 6,49%, mais do que o dobro da inflação estimada para o período (2,80%). Entre os maiores aumentos, destacam-se:
- Café: +50,78%
- Tomate: +34,25%
- Pão: +8,62%
- Leite: +3,18%
- Manteiga: +2,35%
Alguns produtos, por outro lado, registraram recuo de preços nos seis primeiros meses do ano:
- Arroz: -21,47%
- Óleo de soja: -11,34%
- Feijão: -8,52%
- Açúcar: -2,64%
Na comparação anual, entre junho de 2024 e junho de 2025, a cesta básica em Belém acumulou alta de 1,94%. O destaque de alta no período foi novamente o café, com aumento de 83,24%, seguido por:
- Óleo de soja: +20,43%
- Carne bovina: +12,03%
- Pão: +8,97%
- Manteiga: +1,95%
Os produtos com maiores quedas em 12 meses foram:
- Arroz: -24,54%
- Feijão: -17,46%
- Açúcar: -12,08%
- Tomate: -9,16%
Custo da Cesta Básica e Salário Mínimo Ideal
No cenário nacional, entre as 17 capitais analisadas pelo DIEESE, Belém ocupou a 12ª posição no ranking dos maiores custos da cesta básica em junho. O valor mais alto foi registrado em São Paulo (R$ 882,76) e o mais baixo em Aracaju (R$ 557,28).
Ainda de acordo com o DIEESE, para que um trabalhador consiga sustentar sua família com dignidade, conforme determina a Constituição — incluindo alimentação, moradia, saúde, educação, transporte e lazer — o salário mínimo ideal em junho de 2025 deveria ser de R$ 7.416,07, ou seja, 4,89 vezes o valor do salário mínimo vigente.