A segunda noite dos desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial no Complexo Aldeia Amazônica David Miguel, em Belém (PA), foi marcada por muita emoção, garra e samba no pé. As agremiações trouxeram enredos que celebraram a cultura amazônica, a preservação ambiental e a ancestralidade, encantando o público presente e reforçando a importância do Carnaval como manifestação cultural e artística. A apuração acontece na tarde deste domingo.
Boêmios de Vila Famosa: 50 Anos de Tradição e Crítica Social
A Boêmios de Vila Famosa, escola de Icoaraci que completou 50 anos em 2023, abriu a noite com o enredo “Sucupira: a Terra do Absurdo”, desenvolvido pelo carnavalesco Eduardo Wagner Nunes Chagas. A apresentação criticou a destruição do patrimônio histórico e ambiental, destacando a necessidade de conscientização sobre a importância da Amazônia. Com cerca de mil brincantes, seis alas, três tripés e três carros alegóricos, a escola emocionou o público ao som do samba-enredo puxado por Lukas Lima e da bateria comandada pelo mestre Batata.
Acadêmicos da Pedreira: Rudá e a Defesa da Amazônia
A Acadêmicos de Samba da Pedreira apresentou o enredo “Rudá, a explosão do amor em defesa da Amazônia”, celebrando a cultura indígena Tupi-Guarani e a divindade Rudá, o Deus do Amor. Com fantasias e carros alegóricos feitos de materiais 100% recicláveis, a escola chamou a atenção para a importância da preservação ambiental. A bateria, comandada por mestre Kaká, e o samba-enredo puxado por Carlinhos Sabiá contagiaram o público, que cantou junto durante a paradinha. A comissão de frente e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Markus Lima e Luiza Silva, também foram destaques.
Império Quem São Eles: O Despertar da Floresta
O Império de Samba Quem São Eles, conhecido como “Quenzão”, trouxe para a avenida o enredo “O Despertar da Floresta”, destacando os quatro elementos da natureza (terra, fogo, água e ar) e a luta pela preservação da Amazônia. Com 79 anos de história, a escola emocionou o público ao retratar a profecia de quatro guerreiros que buscam devolver o equilíbrio à floresta. A apresentação foi uma verdadeira celebração da natureza e um alerta contra o desmatamento.
Piratas da Batucada: O Cantar Caboclo da Amazônia
A Piratas da Batucada levou para a avenida o enredo “O Cantar Caboclo da Amazônia”, celebrando a musicalidade amazônica, desde os sons da natureza até o tecnobrega e as aparelhagens sonoras. Com 1.200 brincantes, doze alas e quatro carros alegóricos, a escola mostrou a riqueza cultural da região, encantando o público mesmo sob uma forte chuva. A energia e a organização do desfile foram elogiadas, reforçando o desejo da escola de subir no ranking do Carnaval de Belém.
Bole-Bole: Resgate Ancestral e Amazônia Ensolarada
Fechando a noite, a Bole-Bole apresentou o enredo “Amazônia Ensolarada”, fazendo uma viagem no tempo para resgatar a sabedoria e o conhecimento dos ancestrais amazônidas. Com 1.300 brincantes, dez alas, três carros alegóricos e um tripé, a escola emocionou o público ao som do samba-enredo puxado por Bruno Costa e da bateria com 170 ritmistas. A apresentação reforçou a importância de valorizar as raízes indígenas e a conexão com a natureza.