O Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém, é conhecido por abrigar uma grande variedade de animais. No lago Cavername, por exemplo, é possível observar tartarugas, mergulhões, cisnes, guarás, araras e outras espécies convivendo em harmonia. Recentemente, uma capivara se integrou às atrações, chamado a atenção de quem passa pelo local.
A mais nova “presença” no Parque vem se tornando um dos principais alvos de registros fotográficos feitos pelos visitantes, curiosos com a presença do grande roedor no Mangal, uma novidade entre os animais que habitam o espaço zoobotânico.
Segundo os médicos veterinários do Mangal das Garças, Camilo Gonzáles e Hugo Silva, é comum a passagem de grupos de capivaras pelo Parque, devido à proximidade com o Rio Guamá. “Os grupos vêm pelo rio, geralmente à noite ou na madrugada, quando tem menos movimentação. Há alguns meses, percebemos que uma dessas capivaras se manteve no Parque, por ter se perdido do bando ou devido à facilidade em encontrar alimento. No início nos preocupamos, principalmente por se tratar de um possível predador, mas após monitoramento diário concluímos que ela não apresentava perigo, e que os outros animais se adaptaram com a presença dela”, informou Hugo Silva.
A equipe técnica também constatou que a capivara estava com leve desnutrição. “Aqui ela se alimenta de gramíneas e plantas aquáticas, além de frutas e legumes que são fornecidos para os nossos animais, o que colaborou para que hoje ela esteja plenamente bem”, acrescentou Camilo Gonzáles.
O veterinário esclareceu ainda que, “como a capivara não apresenta nenhum tipo de problema físico que a impeça de voltar à natureza, a consideramos um animal de vida livre, que pode, a qualquer momento, deixar o Parque por conta própria, assim como quando escolheu ficar”.
Papel no ecossistema
Consideradas os maiores roedores do mundo, as capivaras são mamíferos herbívoros e semiaquáticos, que vivem na América do Sul. Elas desempenham um papel importante no ecossistemas em que habitam, controlando a vegetação e ajudando a manter o equilíbrio dos nichos ecológicos. As capivaras vivem nas margens de rios e lagos, em áreas alagáveis e perto de represas.
“Apesar de terem se adaptado à vida urbana, as capivaras são animais silvestres e não podem ser domesticadas conforme a lei brasileira, a menos que o interessado tenha uma licença para se tornar um tutor legal e recorra a criadouros legalizados para adquiri-las. Importa ressaltar, também, que mesmo sendo animais com aparência dócil podem se tornar agressivas ao se sentirem ameaçadas. Além disso, sem conhecimento prévio sobre a saúde do animal, não é recomendado contato físico, pois podem transmitir zoonoses”, orientam os veterinários.
A capivara do Mangal das Garças pode ser observada durante o horário de funcionamento do Parque, de terça a domingo, das 8h às 18h, no lago Cavername, próximo à Ilha das Aves.
Serviço: Parque Zoobotânico Mangal das Garças – Rua Carneiro da Rocha, s/n, bairro Cidade Velha. Entrada franca.