
Nesta terça-feira, dia 3 de maio, comemora-se o Dia Mundial da Bicicleta. A data, criada em 2018 pela ONU, visa conscientizar a população mundial sobre a importância do aumento do uso da bike como meio de transporte e de lazer. O órgão aponta que o ato de andar de bicicleta gera um grande impacto social, econômico e ambiental nas comunidades e o incentivo ao ciclismo alinha as cidades e países aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), também instituídos pela ONU, em 2015, e que visam a descarbonização do planeta por meio da promoção de práticas mais ecológicas em corporações, governos e sociedade civil.

Em Belém, as bicicletas são protagonistas da cena urbana. O uso é muito grande e variado. “O nosso filho ganhou a bicicleta. Aqui é um lugar mais aberto, melhor pra ele andar, né? Então a gente veio mais por conta dele”, conta Sirleyne Araújo, 35, vendedora, que aproveitou o Portal da Amazônia, de bike, com o filho Pietro e o marido Fábio. “A dele [do filho] estava bastante velhinha já e ele queria outra. E isso incentiva a criança sair pra rua, né? Sair das telas, do celular. Porque se a gente deixar isso, ele fica trancado no quarto do celular, né? E com a bicicleta ele vai pra rua, brinca, chama os coleguinhas, interaje”, acrescenta.
Sirleyne conta que mora na Cremação, trabalha no Reduto e todos os dias vai de bicicleta para o emprego. “Tem um impacto na saúde, na qualidade de vida, sim. E me economiza tempo, porque se fosse de ônibus demoraria muito mais”, explica.
RESPEITO
A babá Vanessa Lacerda, 30, foi aproveitar a noite com o marido Edivan de bicicleta no Portal e também a usa como meio de transporte para trabalhar. “Na minha opinião, precisa mais um pouco só de respeito com as pessoas que têm bicicleta porque tem pessoas que passam de ônibus, de carro e que não têm o respeito com o outro ciclista, não têm respeito com as pessoas que estão a pé”, reclama. Ela também aponta a necessidade de mais ciclofaixas na cidade e fiscalização contra motoristas que usam as faixas exclusivas para estacionar ou transitar.
Cícero Costa, 21, trabalha com a entrega de alimentos por aplicativo utilizando a bicicleta. Além do trabalho, Cícero também utiliza o veículo para locomoção em geral. Porém, ressalta que se sente seguro mais nas ciclovias. “Quando não há ciclovia ou ciclofaixa, a gente divide espaço com ônibus ou caminhão, o que é um risco pra gente”, diz sobre a rotina de ciclista.
O vigilante Ivanildo Ribeiro, 38, também utiliza a bicicleta para várias finalidades, como ir ao trabalho, voltar para casa e outros deslocamentos pela capital paraense. Assim como o Cícero, o Ivanildo se sente mais protegido quando o percurso tem ciclovia ou ciclofaixas pelo caminho. “Mas em outros locais que não possuem estes espaços para nós ciclistas é mais difícil”, comenta. “Tem carro que avança na ciclofaixa e não respeita o ciclista. Falta mais educação dos motoristas de carro e de moto”, conclui. (Com informações do repórter Rafael Rocha).