Belém sediará o 9º Congresso Brasileiro de Saúde Mental, promovido pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), entre os dias 15 e 17 de novembro. A programação será realizada no Campus Alcindo Cacela da Universidade da Amazônia (Unama) e no Hotel Sagres, em São Brás.
Neste ano, a edição do evento aborda o tema “Potências do Bem Viver: ancestralidade, diversidade e sustentabilidade”. A programação reunirá trabalhadores de saúde, pesquisadores, estudantes, usuários do SUS, famílias e associados para debater questões fundamentais, como a fase da infância e adolescência, o impacto da pandemia, o racismo ambiental e a interação de fatores sociais que definem a identidade de uma pessoa.
A presidente da Abrasme e doutora em saúde pública, Ana Paula Guljor, explica que a intenção do evento é trazer para a pauta discussões que são relevantes para a saúde integral das pessoas, levando em consideração os contextos sociais, principalmente da Amazônia. “Vamos trazer importantes reflexões sobre a interação homem-natureza e sustentabilidade, assuntos muito necessários no cenário social e ambiental atualmente “
A escolha do tema quer traduzir os desafios atuais do campo da saúde mental ao ampliar a noção de bem-estar para além da ausência dos sintomas e das práticas de cuidado desenvolvidas nos serviços da rede de atenção psicossocial. Ao ser realizado na região norte do País, o congresso busca marcar a importância da temática na perspectiva de suas singularidades regionais, ao mesmo tempo que reforça a potência dos saberes e práticas tradicionais e originárias, na contribuição para os avanços de uma ciência que não se restrinja à lógica biomédica.
“Esta edição vem pra Amazônia com uma perspectiva de conversar sobre diferentes realidades e o que isso representa na região, com um público diverso e convidados de diferentes cidades para que contribuam com as discussões sobre saúde mental e as peculiaridades do contexto amazônico. São discussões que podem abrir caminho para investimentos e práticas inovadoras diante do desafio das populações amazônicas e também chamar a atenção do poder público para que possa perceber esta realidade”.
A programação inclui minicursos e oficinas, rodas de conversa, lançamento de livros, mostras de cinema, laboratório de ancestralidades, feira de economia solidária e palestras de especialistas renomados, como Eymard Mourão Vasconcelos, referência em educação popular em saúde; Fernanda Magano, do Conselho Nacional de Saúde; Manuel Desviat, psiquiatra e estudioso da reforma psiquiátrica; e Renan Quinalha, advogado e pesquisador em direitos humanos.