Belém

Belém deve encarar uma estação mais seca em maio

A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o mês de junho indica chuvas acima da média na faixa norte da Região Norte,. Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o mês de junho indica chuvas acima da média na faixa norte da Região Norte,. Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Even Oliveira

No mês de maio, a região metropolitana de Belém, Pará, em termos de chuvas e temperaturas, experimenta uma notável mudança em seu clima, marcando o início da transição para uma estação mais seca. É o que expõe o coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de Belém, Adriroseo Santos.

Após meses de chuvas, maio traz consigo uma redução significativa no volume de precipitação, oferecendo um período mais estável e ameno para os moradores locais. O coordenador descreve que o mês marca o início do período menos chuvoso na região, embora ainda possamos esperar uma média de 323.6mm de precipitação, que representa a quantidade total de chuva que é esperada cair durante o mês.

“Estamos observando uma mudança climática, com a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o sistema atmosférico responsável pela definição do inverno e verão amazônico, se deslocando para baixas latitudes no hemisfério norte, afastando-se da faixa litorânea do nordeste paraense e da região metropolitana de Belém”, explicou Santos.

Ele também destacou que as temperaturas devem se manter em torno dos 32ºC ao longo do mês. É uma tendência normal para maio, com chuvas de convecção mais localizadas à tarde, à medida que há a transição para o período menos chuvoso.

Quanto aos fenômenos climáticos que influenciam essa previsão, Santos mencionou a transição do El Niño, com perspectiva de um outro fenômeno para o segundo semestre do ano. “Prevemos uma precipitação em torno de 350mm ou mais, dada essa neutralidade e a presença iminente do La Niña, que é o fenômeno inverso ao El Niño”, afirmou.

O El Niño é um fenômeno cíclico relacionado ao aquecimento das águas do Oceano Pacífico e desempenha um papel fundamental no clima global.

“Quando o El Niño está forte, como no ano passado, experimentamos escassez de chuvas e altas temperaturas, tanto na região do sul quanto nordeste do Pará, dificultando a entrada de massas úmidas”, destacou.

Para o processo das chuva de convecção, oriundas de umidade que entram no continente por meio de brisas marítimas, Santos descreve: “O ar úmido entra, a superfície está quente, ocorre a evaporação, condensação e, por fim, chuva”.

Portanto, os próximos dias em Belém e arredores prometem ser marcados por um novo clima que tende a se estender conforme nos aproximamos do meio do ano, com expectativa de condições atmosféricas mais estáveis.