Capital da Amazônia, Belém terá a honra de sediar, daqui a 100 dias, o mais importante evento internacional de sua história. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) trará à capital paraense as maiores autoridades no estudo do clima e de suas influências sobre a vida do planeta – e de todos nós. Pode-se afirmar, sem hesitações, que por duas semanas Belém será a capital do mundo.
Em meio aos preparativos e à mobilização em torno da conclusão das obras estruturais que irão dotá-la das condições necessárias para receber a conferência, Belém vive um clima de crescente expectativa pelo fórum de discussões temáticas que podem afetar o mundo.
Belém não chegará incólume à COP30. Precisou defender-se de ataques rasteiros, que pretenderam usar deficiências, limitações logísticas e problemas seculares como argumentos de depreciação e descrédito.
A concorrência econômica e política de outras regiões e cidades brasileiras, historicamente contempladas com eventos de grande magnitude, contribuiu para tornar Belém ao mesmo tempo alvo de críticas desonestas e centro da curiosidade mundial.
Contra todos esses obstáculos, em meio aos transtornos normais que um evento de grande porte sempre provoca, a Cidade das Mangueiras se apronta para receber a COP30, sem escapar de uma última tentativa de desmerecimento, alicerçada em ataques e preconceito, disfarçados de preocupações com hospedagem e segurança.
É inegável que hospedar um contingente estimado em 50 mil visitantes é tarefa desafiadora em qualquer país, mesmo para metrópoles maiores que Belém. Pouco foi considerado – pelo menos em parte da grande mídia nacional – sobre a importância histórica e estratégica de um evento de tamanha relevância no coração da Amazônia.
Para estudiosos do clima, porém, a COP30 será momento de inequívoca reparação, pois nunca a Conferência da ONU aconteceu em um território tão profundamente impactado pelas mudanças climáticas. Os debates se localizarão no ambiente certo, no seio da América do Sul profunda, onde ocorre grande parte das transformações sofridas pela natureza.
A confirmada presença das maiores potências mundiais engajadas no enfrentamento às mudanças climáticas, como China, Reino Unido, Alemanha e Índia, vem se juntar nos últimos dias à garantia pública de realização da COP30 em Belém por parte da presidência da Conferência, na figura do embaixador André Corrêa do Lago.
A confirmação oficial se fez necessária diante da profusão de fake news, desinformação proposital e manobras deliberadas de boicote. Belém sobreviveu a tudo isso, digna e forte, motivo de orgulho para todos os paraenses e amazônidas.
Ao mesmo tempo, a especulação de preços na rede hoteleira foi habilmente contornada pelo Governo Federal e Governo do Pará com soluções criativas e pontuais, como a utilização de navios de cruzeiro como hotéis flutuantes, tabelamento de preços para hospedarias e imóveis de aluguel temporário.
Todas as dificuldades eram esperadas e vêm sendo superadas, com esforço e competência, pelos entes envolvidos. Só os muito empenhados em observar a Conferência sob o ângulo do negativismo deixarão de notar os ganhos em mobilidade, saneamento e infraestrutura, excepcional legado que Belém herdará ao cabo dos 12 dias de programação.
O mais importante agora é que a população paraense se prepare para defender e contribuir com a organização da COP30, apoiando as iniciativas que visam garantir a melhor recepção possível aos participantes e esclarecendo sobre as particularidades, segredos e belezas de nossa amada cidade.
Como nunca antes em sua história de 409 anos, Belém estará sob os olhos e o escrutínio do mundo inteiro, entre 10 e 21 de novembro próximo. Como filhos desta metrópole rica em características tão especiais, devemo estar dispostos a mostrar o que ela guarda de mais encantador e verdadeiro.