
A Basílica Santuário de Nazaré, em Belém, foi reaberta ao público ontem (8), após uma semana fechada para a conclusão do serviço de restauração interna iniciado em novembro de 2023. Desde a primeira missa do dia, às 7h, os fiéis puderam conferir os detalhes do acabamento renovado, a vivacidade das cores das paredes, pinturas e objetos internos.
Antônio Salame, coordenador do projeto de reforma pela Diretoria da Festa de Nazaré, explica que a trajetória da restauração completa começou em 2010 e que houve grande empenho para superar a burocracia na captação de recursos, feita via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
“A Basílica tem mais de 100 anos e, apesar de todo o cuidado que a gente vem tendo com os padres barnabitas e a diretoria da festa, muita coisa precisava de um tratamento mais completo. Já trocamos telhas, iluminação e instalações elétricas, inclusive tinha o risco de desabamento em algumas áreas”, afirma.
O valor da restauração é de quase R$ 9 milhões. O altar-mor recebeu o processo de douramento, que utiliza folhas de ouro, e boa parte do trabalho foi realizada com tintas PVA especiais. A parte mais comprometida, segundo a equipe de fiscalização, eram as paredes internas entre o forro e o telhado. Todo o sistema elétrico também foi substituído.
A segunda fase do restauro já foi iniciada, com previsão de conclusão no primeiro semestre de 2026. “Agora começamos a etapa que contempla a finalização da cripta, além da pintura externa, recuperação do telhado, da fachada e das duas torres. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas a previsão é que o projeto completo seja entregue até março de 2026”, explica Luci Azevedo, coordenadora contratual da obra.
RETORNO DA IMAGEM ORIGINAL
Durante a maior parte da reforma, a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré permaneceu guardada em local não divulgado pela Igreja. Ontem, ela foi levada de volta ao Glória, no altar-mor, durante a missa das 18h, presidida pelo arcebispo de Belém, dom Júlio Akamine.
“A beleza é uma mediação, no sentido de que, por meio dela, reconhecemos a presença de Deus e queremos também oferecer a Ele a beleza que somos capazes de produzir. Este evento significa uma forma de prestar culto a Deus e reconhecer a sua presença entre nós”, disse o arcebispo.
Para Silvanilde Silva, 46, turismóloga, a volta da imagem foi o momento mais marcante. “A casa dela merecia, como toda casa nossa merece uma reforma. A Basílica é nossa referência, assim como a mãe é para nós católicos”, afirmou.


