O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), integrante do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez uma captação de órgãos. A iniciativa possibilitou a doação dos dois rins de um paciente pediátrico que faleceu na unidade, beneficiando pessoas que aguardavam por um transplante compatível.
Segundo a chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente do HUJBB, Bianca Nascimento, a equipe da UTI pediátrica acionou a Central Estadual de Transplantes, da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), assim que houve a suspeita de morte encefálica. “Fizemos o acionamento para realizar os exames necessários e confirmar o diagnóstico, seguindo os critérios definidos pela Organização de Procura de Órgãos”, explicou a médica.
Após a confirmação clínica, os pais foram acolhidos e informados sobre a possibilidade da doação. Em um gesto de generosidade, eles decidiram transformar a dor da perda em esperança para outras pessoas. Diante disso, a equipe do Barros Barreto conduziu o processo com sensibilidade e respeito ao momento vivido pela família.
“Mesmo diante de uma perda irreparável, os pais tomaram a generosa decisão de doar os órgãos do filho, gesto que representa esperança para outras vidas”, disse a chefe da Divisão de Cuidado do HUJBB, Janete Trindade.
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Brasil e os Transplantes
Dados divulgados em junho pelo Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, foram realizados mais de 30 mil transplantes em 2024, número 18% maior do que o registrado em 2022. O transplante de órgãos e tecidos é, muitas vezes, a única esperança de sobrevida para milhares de pessoas que aguardam na fila por um doador compatível.
Atualmente, cerca de 78 mil pacientes esperam por doação de órgãos. Os mais demandados em 2024 foram: rim (42.838), córnea (32.349) e fígado (2.387). Já os órgãos mais transplantados no ano passado foram córnea (17.107), rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454).
O SUS e os Transplantes
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 85% dos transplantes realizados no país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além de arcar com os procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos sólidos, tecidos, córneas, pele e medula óssea, o SUS também fornece gratuitamente os medicamentos imunossupressores, essenciais para o sucesso e a manutenção da vida dos pacientes transplantados.
