A Fundação Heinrich Böll, fundação política alemã com presença em mais de 35 países, lança hoje em Belém o Atlas da Amazônia Brasileira. Pensado e produzido junto com especialistas e lideranças amazônidas, o Atlas é composto por 32 artigos que apresentam questões centrais sobre a maior floresta tropical do planeta, desconstruindo estereótipos da região e contribuindo para uma mudança de perspectiva, apresentada pelos diversos habitantes da região.
O lançamento ocorre às 18h, na Casa Balaio, em Belém. Serão realizadas duas mesas de debate com autores do Atlas e membros do Conselho Editorial, com foco no conhecimento e saberes dos territórios para ação e resistência e no protagonismo amazônidas na Crise Climática. O evento contará com a participação de jornalistas independentes, acadêmicos, ativistas, comunicadores, gestores públicos e parlamentares.
Com uma abordagem temática ampla, o Atlas serve como uma porta de entrada para o entendimento de temas cruciais a região, sendo instrumento de aprendizagem sobre as complexas relações que compõem esse imenso território, que vão desde a preservação ambiental e os saberes ancestrais, até a crescente violência e exploração ilegal, como na mineração. A obra também questiona o chamado “greenwashing”, ao mesmo tempo em que propõe alternativas para um desenvolvimento sustentável e justo. De acordo com a Fundação, o objetivo da publicação passa por provocar debates, diálogos e inspirar soluções para os diferentes desafios, de forma a incentivar um futuro sustentável e autodeterminado para a Amazônia e seus povos.
Segundo Aiala Colares, Membro do Conselho Editorial do Atlas, a publicação propõe uma radiografia da região para estrangeiros – geográficos ou não – servindo como contribuição para a defesa dos povos que estão na luta por justiça socioambiental. “Os textos do Atlas são importantes reflexões que tratam de uma Amazônia viva, que resiste em meio as contradições do desenvolvimento, portanto, dá visibilidade para questões que abordam os territórios indígenas, quilombolas, ribeirinhos, camponeses por uma perspectiva que que denúncia as violações de direitos”, analisa.
Para Regine Schönenberg, diretora da Fundação Heinrich Böll no Brasil, em um ano marcado pela primeira COP na região Amazônica, a Fundação Heinrich Böll busca contribuir com ações para o protagonismo dos povos responsáveis pela proteção milenar na região: “Defender o papel de protagonista dos povos amazônidas é fundamental para qualquer debate sobre soluções para a crise climática, garantindo seus direitos territoriais e preservando seus modos de vida”, pondera.
Com a Amazônia ganhando destaque nas manchetes internacionais devido à crescente degradação florestal e seus impactos globais, os saberes e dados apresentados no Atlas da Amazônia Brasileira pretendem contribuir com uma visão mais fiel da realidade.