A rodovia Arthur Bernardes, umas das principais vias da capital paraense, tornou-se sinônimo de transtorno tanto para quem mora quanto para quem precisa transitar na via, que fica às margens da Baía do Guajará. O motivo: a irresponsabilidade e imprudência de condutores de veículos que colocam pedestres e ciclistas em situações de risco.
No trecho em que ficam situados o Hospital Sarah e o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), o fluxo de pacientes com debilidade motora ou limitações físicas que realizam tratamento nos locais é intenso. E, apesar da sinalização no perímetro, com instalação da faixa de pedestres, semáforos e sinalização da ciclofaixa, as cenas de desrespeito às leis de trânsito são comuns.
Segundo informações de profissionais que fazem a segurança dos espaços, às vezes se faz necessário auxiliar os pacientes na travessia da faixa de pedestre para protegê-los de eventuais acidentes.
Mesmo tarde da noite, a rodovia é um perigo. “Ninguém respeita a sinalização aqui. Costumo fazer a minha caminhada diária, mas rezando a Deus para não ser atropelado, principalmente quando tenho que atravessar a faixa, porque ninguém para, é sempre um risco andar por aqui”, afirma Alberto Fernandes, auxiliar de serviços gerais.
Mas a infração não é cometida apenas por motociclistas e condutores de carros particulares: motoristas de transporte público também trafegam pela faixa exclusiva dos ciclistas e muitas vezes nem param para os passageiros que aguardam nas paradas.
“Eu moro em Marituba, ou seja, a dificuldade começa muito antes de chegar aqui por conta do trânsito. Tem vezes que eu passo quase uma hora aqui esperando e eles não param, é difícil. Tenho que ficar esperando a boa vontade deles, mas, na maioria das vezes, recorro ao Uber”, relata a psicóloga Alexandra Martins.
Outra situação que dificulta a vida de transeuntes e, principalmente, dos moradores próximo ao entorno da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, é a falta de fiscalização no cruzamento entre as avenidas Pedro Álvares Cabral e Arthur Bernardes. Conforme o borracheiro Alex Rosário relata, no último mês, houve ao menos quatro acidentes no trecho. Segundo ele, os condutores, muitas das vezes, utilizam as calçadas para trafegar entre as vias.
“Aqui é sempre um caos. Não tem fiscalização, o pessoal sobe nas calçadas. Todo dia é um risco diferente. Em julho eu vi quatro acidentes e quase me envolvi em um deles, a gente precisa que as autoridades tenham mais controle sobre isso. Ninguém respeita o sinal, aí logo forma uma fila de carros e começam a fazer barulho, isso perturba o nosso juízo”, relata.