DIA DA RAÇA

Aldeia Cabana recebe desfiles de estudantes de 14 escolas

Organizado pela Associação Recreativa e Cultural Terceira Idade Pedreirense, evento teve como tema central a cultura regional e foco na educação

Estudantes marcharam na Avenida Pedro MIranda.
Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Estudantes marcharam na Avenida Pedro MIranda. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Na manhã desta quinta-feira (5), um desfile reuniu estudantes de 14 escolas das redes municipal, estadual e particular na Aldeia Cabana, no bairro da Pedreira, em Belém. Este ano, o evento teve como tema central a cultura regional e com foco na educação. Organizado pela Associação Recreativa e Cultural Terceira Idade Pedreirense (ARCTIP), o desfile substituiu o tradicional Dia da Raça, comemorado no dia 5 de setembro, que costumava ocorrer às vésperas do 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil.

O evento atraiu um público expressivo, formado por pais, alunos e professores que celebraram a importância de manter viva a tradição que a data deixou, destacando a contribuição de todos os povos na formação do país. No evento, os alunos representaram essas raízes através de desfiles temáticos: “Inclusão e Esperança na Educação”, “Isso aqui é o Pará” e “Não existe cultura sem educação”, foram alguns deles. Entre os destaques, estavam as homenagens a elementos culturais locais, como danças regionais, desde o Carimbó ao Arraial do Pavulagem, além das frutas da Amazônia e os times do clássico RE-PA, Remo e Paysandu.

Para a coordenadora geral da ARCTIP, Maria do Socorro Alexandria, mais conhecida como Help Luna, de 66 anos, que organiza desfiles no bairro há 31 anos, a formação cívica das crianças é o principal papel de preservar essa prática. “Embora não exista mais o desfile do Dia da Raça, mantivemos o desfile de bairro, mantendo essa tradição de despertar o espírito cívico nas crianças, jovens, adolescentes e idosos”, explicou.

Para Henrique Costa, de 60 anos, professor de Educação Física e um dos participantes do desfile, a data é uma oportunidade ímpar para promover o protagonismo de alunos com dificuldades de aprendizagem. “Para esses alunos, momentos como este são essenciais, pois oferecem a chance de se sentirem parte ativa da sociedade. A inclusão é o primeiro passo para uma sociedade mais justa”, afirmou o professor, destacando que o tema principal trabalhado na escola foi a diversidade e a inclusão.

A visibilidade da participação de crianças com necessidades especiais também foi um ponto alto do desfile. João Rafael, de 8 anos, se apresentou tocando o instrumento surdo. Ele, que estava acompanhado da mãe, Luciana Silva, 30, e da avó Telma Silva, 57, mantinha o sorriso em destaque durante a apresentação. Para Luciana, eventos como esse contribuem para a inclusão. “Meu filho tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade] e deficiência intelectual, mas ele adora arte e música. Participar do desfile foi uma experiência enriquecedora para ele, algo que ele vem preparando com entusiasmo há meses”, compartilhou.

Layene Monteiro, 30, dona de casa, contou que a tradição familiar de apreciar os desfiles começou com a irmã, que é professora, e continua agora com o estímulo para a filha Ana Laura, de apenas 2 anos, que começará a vida escolar no próximo ano. “Trago minha filha para que ela já vá se familiarizando com essa tradição. Somos uma família de educadores e bombeiros, por isso ela veio toda caracterizada, e manter essa ligação com a cultura cívica é muito importante para nós”, disse Layene.