Durante cinco semanas, agentes de combate às endemias (ACEs) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e o Instituto Evandro Chagas (IEC), percorreram a densa floresta da Ilha do Combu, em Belém, em uma missão estratégica: capturar insetos transmissores de doenças. O objetivo é implantar um sistema permanente de vigilância em áreas de risco variado (baixo, médio e alto) para enfermidades transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e malária.
Monitoramento reforçado em área turística
O aumento populacional e o crescimento do turismo na Ilha do Combu exigiram um controle vetorial mais rigoroso. “A Sesma identificou a necessidade de capacitar os profissionais que atuam na região, para que conheçam os insetos locais e seu potencial de transmissão”, explica Edneuza Silva, chefe do setor de Entomologia da Sesma. Com o mapeamento, será possível planejar ações eficazes contra doenças como leishmaniose, febre amarela e doença de Chagas, reduzindo riscos de surtos.
Técnicas inovadoras na captura de vetores
Os agentes utilizaram métodos variados, desde armadilhas com meias pretas – que atraem mosquitos às pernas – até escaladas em árvores para coletar espécies que habitam as copas. Essa combinação de técnicas tradicionais e inovadoras permite um levantamento preciso da entomofauna local. “A Amazônia é um ambiente propício para vetores de doenças tropicais, e comunidades ribeirinhas estão especialmente vulneráveis”, destaca Edneuza.
Preparação para a COP-30
A iniciativa ganha urgência com a aproximação da COP-30, conferência climática da ONU que trará milhares de pessoas a Belém em novembro. O fluxo de turistas aumenta o risco de disseminação de doenças, tornando o monitoramento essencial para a segurança sanitária. As amostras coletadas foram enviadas ao IEC, onde análises moleculares identificarão vírus e patógenos, embasando estratégias futuras de controle.