DESCASO SEM FIM

Abrigos de ônibus colocam usuários em risco em Belém

Paradas, mesmo cobertas, não oferecem o mínimo de conforto a quem precisa desse equipamento

Se esperar pelo transporte coletivo já é um drama, imagine fazer isso em paradas caindo aos pedaços e sem condições de proteger contra o sol e a chuva. É um problema antigo e que parece não ter solução
Se esperar pelo transporte coletivo já é um drama, imagine fazer isso em paradas caindo aos pedaços e sem condições de proteger contra o sol e a chuva. É um problema antigo e que parece não ter solução Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Arotina de esperar pelo transporte público em Belém tem se tornado um desafio para muitos usuários, que além de lidar com a demora dos ônibus, enfrentam a precariedade dos abrigos nas paradas. Em diversos pontos da cidade, a falta de manutenção dessas estruturas transforma o que deveria ser um local de descanso e proteção em um ambiente de risco. A infraestrutura dos abrigos para a espera de ônibus não é apenas uma questão de conforto, mas de segurança.

Na parada de ônibus em frente ao Bosque Rodrigues Alves, na avenida Almirante Barroso, bairro do Marco, a cena é preocupante. O banco, corroído pela ferrugem, cedeu, e uma placa de metal, solta e pendurada, ameaça cair a qualquer momento. O aposentado Antônio Ribeiro, de 66 anos, estava à espera do ônibus Marex-Felipe Patroni.

“Os bancos estão horríveis. Tem pessoas idosas que, às vezes, querem sentar, mas não podem por conta das condições. E à noite, esse lugar se torna ainda mais perigoso. A falta de iluminação e a estrutura comprometida deixam todos vulneráveis”, relata.

Essa realidade não se limita ao Bosque. Ao longo da avenida Perimetral, no bairro da Terra Firme, a situação não é diferente. A parada localizada próximo à Praça Mogno está com as colunas de apoio enferrujadas e soltas. Do outro lado da via, a parada 137, próxima à passagem Acácia, encontra-se com a estrutura enferrujada e, também, sem parte do teto. No mesmo sentido, ainda, a parada 448, próxima à rua da Tecnologia, sem assento para os usuários e com a falta de parte do teto compromete usuários como a dona de casa Andréa Silva, 43.

Se esperar pelo transporte coletivo já é um drama, imagine fazer isso em paradas caindo aos pedaços e sem condições de proteger contra o sol e a chuva. É um problema antigo e que parece não ter solução 
Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
Se esperar pelo transporte coletivo já é um drama, imagine fazer isso em paradas caindo aos pedaços e sem condições de proteger contra o sol e a chuva. É um problema antigo e que parece não ter solução Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Ela, que esperava por um ônibus que a levasse ao Ver-o-Peso, descreve o desconforto de ter que aguardar de pé. “Não tem onde sentar, e parte do teto está descoberto. Fico preocupada em ficar aqui, principalmente quando chove ou o sol está forte. Já sou hipertensa, e isso só piora a situação”, desabafa Andréa.

A falta de manutenção pode causar acidentes, já que expõe os usuários a riscos desnecessários, como cortes nas partes enferrujadas. Além disso, a ausência de bancos e coberturas adequadas força os passageiros a suportar longas esperas em pé, muitas vezes debaixo de sol ou chuva.

Contudo, os problemas das paradas não são desencadeados apenas pelas estruturas precárias. Em muitos locais existem paradas descobertas, que não oferecem nenhum tipo de proteção para quem aguarda os ônibus.

Na avenida Duque de Caxias, próximo à travessa Lomas Valentinas, sinalizada apenas com uma placa, a aposentada Neuza Galvão lamenta a ausência de abrigos de ônibus na via, enquanto espera os ônibus Marex Ver-o-Peso ou Paar Ceasa. “Não tem onde ficar, é tudo no sol. Quando preciso pegar ônibus, como hoje, fico exposta ao calor, e é um transtorno. Sinto que a prefeitura esqueceu dessa área”, afirma, enquanto espera por um dos poucos ônibus que ainda passam pelo local.

Por Even Oliveira