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70 anos de Presidente Vargas: avenida é referência urbana e cultural em Belém

Principal via de ligação entre o centro histórico e a modernidade de Belém, a avenida Presidente Vargas completa 70 anos nesta terça-feira (05),

Principal via de ligação entre o centro histórico e a modernidade de Belém, a avenida Presidente Vargas completa 70 anos nesta terça-feira (05),
Principal via de ligação entre o centro histórico e a modernidade de Belém, a avenida Presidente Vargas completa 70 anos nesta terça-feira (05). Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Principal via de ligação entre o centro histórico e a modernidade de Belém, a avenida Presidente Vargas completa 70 anos nesta terça-feira (05), como um dos mais importantes e simbólicos corredores urbanos da capital paraense. Com início na interseção com a Boulevard Castilhos França e término na avenida Nazaré, a via não apenas reorganizou a mobilidade da cidade, como se consolidou como eixo comercial e financeiro, concentrando agências bancárias, repartições públicas, edifícios históricos e manifestações populares ao longo das décadas.

Em sete décadas de existência, a avenida ainda abriga importantes pontos históricos da cidade, como a Praça da República, o Theatro da Paz, edifício do Palácio do Rádio, sendo o entorno da principal área comercial de Belém.

De acordo com o historiador Márcio Neco, a história da atual avenida Presidente Vargas tem relação com a expansão do segundo núcleo de Belém: o bairro da Campina. No início do século 19, a via era caracterizada por uma grande rampa, chamada de “Rampa da Sacramenta”, situada na direção da então “Travessa dos Mirandas”, por onde chegavam as embarcações pela Baía do Guajará.

Foi em 1877 que a Câmara Municipal de Belém trocou este nome para “avenida 15 de Agosto”, em homenagem à Adesão do Pará à Independência do Brasil. Já em 1916, o então prefeito de Belém, Antônio Martins Pinheiro, reforma e alarga a rampa, instalando um obelisco na calçada onde funcionou o prédio da Receita Federal, nos anos 2000.

A Avenida Presidente Vargas e sua História

“No governo Vargas, na década de 40, ela vai ganhar serviços urbanos, melhorias, vai ganhar este alargamento, calçamento, a questão da arborização das mangueiras, que é bem visível na Presidente Vargas, e a acessibilidade também. Então, a Presidente Vargas sempre refletiu esse avanço na cidade, sempre demonstrou perfeitamente isso. Um avanço comercial, porque ali começaram a instalar-se várias instituições com uma riqueza arquitetônica deslumbrante. Vamos ter ali a empresa de navegação Boat Line, a Associação Comercial do Pará, Central Hotel, a sede da Tuna Luso, a farmácia Dermol, o Grande Hotel, o próprio Cinema Olímpia, o imponente Café Brasil, o Cine Palácio e o edifício dos Correios”, menciona.

IMÓVEIS

É a partir desta década que a avenida ganha um ar mais “elitizado”, impulsionado pela industrialização e verticalização dos imóveis, com a construção do Edifício Piedade e do Edifício Manuel Pinto da Silva. Neste mesmo período, a via passa a ganhar investimentos, sendo modernizada através de hotéis, bares, cafés e lojas, tornando-se um grande centro econômico e de entretenimento cultural.

Impacto e Relevância da Avenida

“Pessoas de outros pontos da cidade vão circular, vão realizar os seus negócios, suas atividades em locais como a Presidente Vargas. Não à toa ela tem essa influência em outros bairros. Ela vai impactar, influenciar, não só para que as pessoas venham fazer compras, como resolver outras questões, que é necessário colocar linhas de ônibus específicas. Quase todas as linhas de ônibus possuem o itinerário pela Presidente Vargas. Isso significa que ela é um centro em que pessoas de outros bairros costumam descer ali para fazer alguma atividade ou talvez marcar encontro, que não oferece somente atividades comerciais, mas também, às vezes, culturais”, diz Márcio Neco.

A avenida se consolidou como eixo comercial e financeiro, concentrando agências bancárias, repartições públicas, edifícios históricos e manifestações populares. Saiba mais sobre essa importante via de Belém
A avenida se consolidou como eixo comercial e financeiro, concentrando agências bancárias, repartições públicas, edifícios históricos e manifestações populares. Saiba mais sobre essa importante via de Belém . Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Atualmente, a avenida abriga imóveis economicamente relevantes para Belém, como o antigo prédio da Receita Federal, que está sendo transformado em hotel para a COP30; instituições financeiras nacionais e regionais, como o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal e o Banpará; a Associação Comercial do Pará (ACP); os antigos prédios residenciais e lojas do comércio da cidade. A avenida também se destaca pelo caráter cultural e religioso, sendo uma das principais vias que fazem parte do trecho do Círio de Nazaré, onde são realizados os cortejos do Arraial do Pavulagem, além de abrigar dois dos mais importantes teatros da cidade: Theatro da Paz e Teatro Experimental Waldemar Henrique.

O Futuro da Presidente Vargas

“Eu diria que ela demonstra esse crescimento, o desenvolvimento comercial e urbano da cidade. Quando se estuda a Presidente Vargas, nos deparamos com lindos prédios, verdadeiras joias arquitetônicas que, infelizmente, não foram preservadas e que hoje dão lugar a bancos, a lojas, e outros estabelecimentos”, afirma.

“Essa é a diferença de uma avenida que representou esse glamour na cidade de Belém, passando por transformações urbanas, comerciais, e hoje sendo não só um centro comercial, mas também um centro popular. Atualmente, temos uma democratização daquele espaço, onde várias classes ali circulam, trabalham e desenvolvem suas atividades”.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.