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Filhos, irmãs, amigos: como será o BBB25 que estreia na segunda (13)

Entenda a história e o sucesso do BBB 25, o reality show que completa 25 anos de TV brasileira. Saiba mais sobre a 25ª edição após a novela.

Nesta segunda-feira, após a novela "Mania de você", da Globo, o programa apresentado por Tadeu Schmidt comemora "bodas de prata", na estreia de sua 25ª edição.
Nesta segunda-feira, após a novela "Mania de você", da Globo, o programa apresentado por Tadeu Schmidt comemora "bodas de prata", na estreia de sua 25ª edição.

Hoje, é difícil encontrar um brasileiro que não conheça a expressão “Big Brother”. Não por ter lido “1984”, de George Orwell, que trouxe o termo pela primeira vez, mas por se tratar do reality show mais bem-sucedido e longevo de TV nacional. Nesta segunda-feira, após a novela “Mania de você”, da Globo, o programa apresentado por Tadeu Schmidt comemora “bodas de prata”, na estreia de sua 25ª edição.

  • O Big Brother Brasil segue como o maior reality show da televisão brasileira, talvez do mundo – diz Rodrigo Dourado, ex-diretor-geral do programa e agora diretor do gênero reality da Globo no lugar de Boninho, que saiu da emissora no fim de 2024. – Digo isso não só por toda a excelência de estrutura e equipe, como também pelo nível de repercussão, mobilização e engajamento que segue tendo. O impacto no mercado, no público, e os resultados que o BBB gera a cada edição confirmam isso. E faz com que ocupemos um lugar relevante na história da TV, na minha história e na de tanta gente.

A trajetória de Rodrigo Dourado no programa começou em 29 de janeiro de 2002, na estreia de um formato que engatinhava no país, ao reproduzir o programa holandês criado por John de Mol, em 1999, cuja premissa era confinar desconhecidos e filmá-los por 24 horas. Na época, eram 12 participantes.

Hoje, tudo se multiplicou. O número de participantes dobrou. Nesta segunda-feira, serão 24 pessoas na casa e, pela primeira vez, todas entrarão em duplas. Tem filho e mãe (como o ator Diogo Almeida e Vilma), irmãos (os ginastas Diego e Daniele Hypolito e a influenciadora fitness Gracyanne Barbosa com a irmã Giovanna são exemplos) e amigos (vide a atriz Vitória Strada e o arquiteto Mateus). Isso só para citar os famosos do Camarote. Entre os anônimos da Pipoca, há, por exemplo, um casal.

Detalhe: as duplas começarão o jogo unidas (serão duplas na liderança, duplas eliminadas), mas, em determinado momento, vira cada um por si – e o público por quem gostar mais.

Transformar 2025 “no ano das duplas” é uma maneira de renovar o tempero da receita clássica. E essa estratégia de inserir novidades sem mexer na estrutura consagrada (prova do líder, paredão, eliminação, festas) vem dando certo. Segundo dados da emissora, oito em cada dez domicílios assistiram ao reality show na edição passada. Ela também foi a mais consumida da história do Globoplay, que completa uma década em 2025.

  • Todo ano é um desafio (equilibrar elementos conhecidos e novidades) – diz Angélica Campos, diretora-geral do programa. -O BBB conquistou o brasileiro pelo formato e pela maneira como é executado aqui, com dinâmicas que têm dias da semana conhecidos. Mas sempre vamos trazer elementos inéditos e uma supernovidade de maior impacto. Desta vez é a entrada em duplas, uma ideia que estávamos amadurecendo há algum tempo.

A própria presença de Angélica no organograma como diretora-geral não deixa de ser uma novidade. Pela primeira vez, o cargo é ocupado por uma mulher. Ela, que já era do time de diretores desde 2011, agora cumpre a função que foi de Dourado.

  • Fui a primeira mulher a integrar a direção. De lá para cá, só fomos ganhando mais espaço – reflete Angélica. – Hoje, o time de direção comandando as ações, as provas e a casa, no switcher (sala onde se controlam transmissões ao vivo), é majoritariamente feminino. Fico muito feliz de ver que estamos nesse lugar, todas nós.

Essa maior presença feminina nos bastidores reflete parte das mudanças sociais que o Brasil vem passando e que também reverbera no que vai ao ar na tela. Por muito tempo, como mostrou a série documental “BBB: o documentário”, exibida na TV Globo nesta última semana, representatividade, principalmente racial, não era uma preocupação na formação do elenco. Hoje, é parte do DNA do programa, ainda que haja cobranças em relação à pouca presença de pessoas trans (houve Ariadna, no BBB 11, e Linn da Quebrada, no BBB 22) e com deficiência (foram dois atletas paralímpicos: Marinalva, em 2017, e Vinicius, em 2024).

  • O BBB alavanca conversas sobre igualdade, padrões de beleza e comportamentos no geral. Algumas palavras, como “sororidade”, ganharam amplitude nacional por causa do programa – diz Bruno Della Latta, diretor de “BBB: o documentário”.

O diretor faz referência ao ano de 2020, pautado em torno de questões feministas. E o economista Gil do Vigor, do BBB 21, agora apresentador do “Bate-papo BBB”, no Globoplay e gshow, com o eliminado da semana, ressalta que esses temas que organizam edições recentes são um trunfo.

  • Cada ano traz um ponto sensível a ser discutido – diz Gil. – Já falamos sobre cancelamento, questões raciais e outras também importantes que fazem as pessoas quererem saber que estrutura da sociedade hoje (vai se sobressair). E qual pessoa vai ter sua vida transformada?

Num país de poucas oportunidades como o Brasil, a mudança de vida que o BBB pode proporcionar, como aconteceu com o próprio Gil, é um alicerce deste show, diz Eloy Vieira, professor da Universidade Federal do Sergipe e pesquisador de reality:

  • Existe um elemento central na cultura brasileira que é a ascensão social. Isso é essencial para estabelecer a jornada do herói. É um elemento importantíssimo para esse tipo de narrativa.

A entrada em duplas é a grande inovação da edição, mas não a única. A equipe do programa preparou outras novidades para movimentar a casa e, por consequência, o engajamento do público, que segue dando a palavra final nos rumos do programa. A média entre os votos únicos (por CPF) e os da torcidas (ilimitados) para manter ou eliminar um participante, que começou a ser usada no ano passado, permanece nessa edição.

Confira outras novidades do Big Brother Brasil 25.

Entrada final

O nome da 12ª dupla será conhecido apenas segunda-feira, na estreia do programa. Desde o “Mais você” da última sexta-feira, o público pode decidir, no site do gshow, se dá uma chance a Joseane e Cléber (mãe e filho de Salvador), Paula e Nicole (mãe e filha de São José dos Campos, interior de São Paulo) ou Joselma e Guilherme (sogra e genro de Olinda, em Pernambuco).

Fofoca institucionalizada

Uma característica central do programa sempre foi o diz-que-diz entre os participantes. Agora, vai ter fofoca feita pelo próprio BBB. Isso porque haverá um robozinho, o seu Fifi, circulando pela casa que, vez ou outra, vai espalhar fofocas.

  • Como um espião, ele vai escutar as conversas na casa e soltar essa fofoca para os próprios participantes – disse Angélica Campos na última sexta-feira, quando foram apresentadas novidades diretamente da casa, nos Estúdios Globo, Zona Oeste do Rio. – A escolha do trecho que será reproduzido para eles será do público, (em votação) no gshow.

Aposentos reais

As regalias do líder escalaram a ponto de o quarto ter virado um apartamento. A promessa é que o espaço tenha até cozinha – e foi o único que não teve muitas imagens reveladas ainda, só no programa ao vivo.

  • O líder vai ser mais feliz do que em qualquer outra edição – disse Tadeu Schmidt no mesmo evento.

Texto de: Talita Duvanel (AG)