Revista Agropará

Embrapa debate seus 85 anos de fundação

No estado, a Embrapa Amazônia Oriental é imprescindível no estudo das cadeias estratégicas em território amazônico brasileiro. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
No estado, a Embrapa Amazônia Oriental é imprescindível no estudo das cadeias estratégicas em território amazônico brasileiro. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Irlaine Nóbrega

Ontem (25), a Embrapa realizou o videocast “Estação 85 – nas ondas da pesquisa, evento transmitido ao vivo no canal da instituição no Youtube para debater o passado, presente e o futuro da produção científica na região amazônica. A iniciativa marca a data de criação do antigo Instituto Agronômico do Norte (IAN), em 1939, precursor da atual Embrapa Amazônia Oriental, referência por desenvolver pesquisas importantes sobre agropecuária no Pará.

O programa teve a participação da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá; do presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Marcel Botelho; do historiador e professor da Universidade Federal do Pará, Michel Pinho; e do pesquisador aposentado e ex-chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Emeleocípio Andrade. O evento abordou os primeiros desafios da pesquisa na região em relação aos impactos da economia da borracha, além das demandas atuais de conservação da floresta em pé.

“Há mais de 80 anos, viemos trabalhando com a potencialidade da Amazônia com os sistemas agroflorestais, produção de plantas, animais e alimentos, mas também a produção de farmacêuticos e cosméticos e biocombustíveis de matriz energética mais limpa, como produzir e preservar ao mesmo tempo. O evento de hoje está discutindo esse legado de como chegamos até aqui e quais são os desafios e oportunidades para o futuro”, disse a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.

A Embrapa tem 43 centros de pesquisa pelo Brasil, sendo Belém um dos polos de pesquisa na Amazônia. O instituto é responsável por desenvolver pesquisas com foco na bioeconomia e biodiversidade que potencializam práticas de bom uso do solo e de valorização dos pequenos produtores, encarregados por boa parte da produção de alimentos saudáveis que chegam às mesas dos brasileiros.

No estado, a Embrapa Amazônia Oriental é imprescindível no estudo das cadeias estratégicas em território amazônico brasileiro. Portanto, atuação da unidade regional abrange desde questões ambientais, florestais e parte da pecuária, assim como as principais culturas produzidas neste estado deixando um legado de produção de conhecimento sobre as particularidades da região, responsável pela produção de cacau, açaí, guaraná, borracha e castanha de caju.

“Um dos grandes legados é o aprofundamento do conhecimento sobre os solos amazônicos e a questão da domesticação de espécies. Hoje, temos açaí capaz de ser produzido em terra firme, cupuaçu, guaraná e uma série de espécies que o processo de domesticação passa pelo conhecimento científico. Conhecimento este associado a sistemas sustentáveis, como sistemas agroflorestais, integração de lavoura pecuária floresta, sem nunca perder o olhar ao protagonismo das populações com agricultura familiar e inclusão sócio produtiva”, explica o chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos.