Texto: Aline Rodrigues
O cantor e compositor paraense Vital Lima está entre os 15 artistas de todo o Brasil que serão premiados na 10ª edição do Prêmio Grão de Música, durante solenidade na sexta-feira, 15, no Teatro Brincante, em São Paulo, que se desdobrará em uma noite de shows com os artistas destacados, na noite seguinte, de sábado, dia 16.
A curadoria do Prêmio Grão elencou compositores, compositoras e intérpretes, considerando o conjunto da obra, reconhecimento atemporal de talentos e trajetórias, e destacando a canção brasileira. Ou seja, a escolha dos artistas contemplados não é baseada em lançamentos.
Além do paraense, foram destacados este ano Ana Cacimba (SP), Carroça de Mamulengos (CE), Dani Lasalvia (SP), Débora di Sá (GO), Flávia Bittencourt (MA), Gean Ramos Pankararu – Povo Pankararu (PE), Glória Bonfim (BA), Grazie Wirtti (RS), Guilherme Rondon (MS), Juraildes da Cruz (TO), Lenilde Ramos (MS), Pereira da Viola (MG), Rodolfo Minari (AC) e Sandra Belê (PB).
“Estar entre os artistas premiados e na mostra, para mim, sinceramente, soa como um presente. Quando você se propõe a fazer arte, é porque isso se torna um imperativo dentro de você, mas a gente quer também que ela chegue ao mundo. A arte é para ser compartilhada e você quer que ela aconteça no outro também. Não adianta fazer uma coisa que fale somente a mim, quero sempre sentir qual é a reação do outro diante daquilo que fiz. Receber um prêmio, de alguma forma, significa que o que você disse com a sua melodia, com a sua letra, no caso da música, falou ao coração de outra pessoa. E se forem muitas pessoas, melhor”, diz Vital Lima, que nasceu em Belém e atualmente radicado no Rio de Janeiro.
ENTRE OS GRANDES
Em quatro décadas de carreira, o artista é compositor e intérprete com respeitada trajetória na música popular brasileira, compondo também para o teatro. Além de seus próprios discos, suas músicas são gravadas por renomadas vozes da MPB, como Simone e Fafá de Belém.
“Acho ótimo que esse prêmio chegue exatamente nesse momento, inclusive porque ele significar fechar o ano com chave de ouro, mas também inicia um outro ciclo. E tem uma porção de coisas mudando na minha vida nesse exato momento. Estou trocando de bairro aqui no Rio, pensando seriamente em tentar conseguir um lugarzinho para morar mais perto de Belém. São movimentos. Quando estudei filosofia aprendi muito isso, que estar no mundo é estar no meio dos movimentos, das mudanças”, diz Vital.
E 2024 terá novidades aos fãs e, por que não, ao próprio artista. “Os planos para o ano que vem incluem lançamento de outros dois singles, até foram gravados aí em Belém, mas estou colocando com uma certa parcimônia. Eles irão somar a um carimbozinho que lancei recentemente, chamado ‘Vigia só’, e tive a colaboração imensa das guitarras do Manoel Cordeiro. A intenção é pegar mais dois e daqui a alguns meses reuni-los em um EP. Com relação a planos para o futuro, deixo ao inesperado”, diz ele, que escolheu duas músicas importantes em sua carreira para cantar na mostra do Prêmio Grão.
“Vou cantar duas canções que dizem de mim muita coisa. Uma delas é ‘Porcelana’. É uma parceria com o Lúcio Mouzinho, e tem um trecho que diz assim: ‘Eu que trago sempre um sonho a mais sem rosto, guardado no bolso, não me intimido e mudo com as marés’. Tem tudo a ver com o que eu vinha falando. E a outra é ‘Tempo Destino’, parceria minha com o Nilson Chaves, que tem um significado extremamente profundo para nós dois, e que chegou muito às pessoas. Também fala desse tempo que nós, humanos, percebemos, e das mudanças que ele provoca”, diz.
OUÇA
Prêmio Grão
O Prêmio Grão de Música faz, anualmente, um registro em álbum, com uma faixa de cada artista contemplado.
Este ano, a coletânea Grão de Música completa 11 álbuns lançados (considerando a coletânea inaugural): foram oito discos físicos, um digital (2021) e, a partir de 2022, foi adotado o formato de playlist no Spotify. Até 2021, as capas foram assinadas também por Elifas Andreato, artista falecido em 2022.
Acesse pelo site: premiograodemusica.com.br