No último final de semana, dias 09 e 10 de dezembro, o POW Festival transformou Ribeirão Preto, em um verdadeiro polo de inovação, tecnologia, criatividade, cultura e sustentabilidade.
A programação de palestras nacionais e internacionais possibilitaram ao público ter acesso a conteúdos instigantes e estratégicos, mostrando que o futuro já começou, inclusive na parte de sustentabilidade com a proximidade de carros elétricos, autônomos, conectados e compartilhados.
Segundo Giordana Flôr, gerente de sustentabilidade da General Motors na América do Sul, a transição energética é o caminho rumo ao futuro da mobilidade. “De acordo com dados divulgados pelo Fórum Econômico Mundial, todos os riscos da indústria automotiva, a longo prazo, são relacionados a causas ambientais. Precisamos adotar um modelo de consumo mais consciente e preservar os recursos naturais para as próximas gerações e uma das soluções para isso são os carros elétricos”, adiantou.
AINDA SOBRE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
“A transição energética é urgente, principalmente por conta dos impactos ambientais. Por isso, é preciso investir em energia limpa e eficiente”, frisou a palestrante Lohane Palaoro, pesquisadora do Laboratório de Telecomunicações da Universidade Federal do Espírito Santo/Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento do estado (LabTel/CPID).
A profissional discorreu sobre o projeto Árvore Solar, dispositivo que possui estrutura metálica e folhas fotovoltaicas distribuídas de forma matemática, sem sombreamento. “Apesar de já existir o sistema fotovoltaico verticalizado, ele encontra barreiras, pois nem sempre há telhados disponíveis e a tecnologia pode ficar distante dos centros urbanos em espaços públicos”, completou Lohane.
ALIMENTOS E COSMÉTICOS
Reafirmando a ideia de que a sustentabilidade pode e deve ser aplicada em todos os mercados – e tem como maior aliada a tecnologia –, Raissa Canova, pesquisadora da Cellva, abordou sobre a produção de carne em laboratório. A startup foi a primeira empresa do Brasil a confirmar que a técnica funciona. Entretanto, o foco da companhia, atualmente, é a produção de gordura, feita com tecido suíno.
“Ela pode ser utilizada pela indústria de alimentos e de cosméticos, por exemplo, sendo possível fazer óleos, doces e muito mais. Já testamos em pizza, brigadeiro, linguiça vegana. É um segmento com diversos desafios, mas onde tem desafio, tem uma oportunidade”, resumiu.
NA MODA
Duas palestrantes abordaram a sustentabilidade com foco específico na indústria da moda, considerada a segunda maior poluente do mundo, ficando atrás apenas da Petrolífera. Bruna Freitas, Founder e CEO da Yara Couro, empresa que transforma os resíduos da cadeia pesqueira em um material valioso – o couro da Amazônia –, compartilhou com o público detalhes da sua jornada.
“Sou do Amapá e sempre fui inconformada com essa ideia de que o desenvolvimento e a Amazônia não dão match. Então, decidi fazer a minha parte para mudar essa história. Acredito que a inovação cabe em qualquer mercado. Vi o quanto a cadeia pesqueira é subaproveitada, descartando, literalmente, o luxo no lixo”, destacou. Embasada em três pilares: Redução, Reutilização e Reciclagem, a Yara Couro formou um ecossistema inteligente desde a captação até o fornecimento de matéria-prima.
Já a estilista Camila Machado contou como conseguiu levar princípios de upcycling para a alta costura, com o uso de matérias-primas naturais e aplicando a técnica da impressão botânica em vestidos de festa e de noivas. No mesmo dia, Camila conduziu um workshop, onde os participantes puderam produzir peças exclusivas e repletas de significado.
OUTRAS AÇÕES
O POW Festival também trabalhou o tema de outras formas, incluindo uma exposição educativa, imersiva e interativa, games super tecnológicos, como Beyond blue e Never Alone, e o Pow Market, com marcas autorais e sustentáveis, entre outras.
Créditos
Com informações da Phábrica de Ideias
Foto: Rafael Cautella