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Dubai: Bem-vindo à sede da COP28. VEJA IMAGENS EXCLUSIVAS

Praia Jumeirah, Dubai. Foto Cintia Magno
Praia Jumeirah, Dubai. Foto Cintia Magno

Cintia Magno

Segundo território mais populoso dos sete que compõem os Emirados Árabes Unidos, Dubai abriga mais de 3,7 milhões de habitantes, sendo que 90% deles são estrangeiros que escolheram o país como local de moradia. Para quem almeja apenas visitar as várias atrações que a região apresenta, é possível se juntar aos cerca de 14 milhões de turistas que visitam anualmente a atual sede da 28ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28).

Erguida em pleno deserto, Dubai é mundialmente conhecida pela modernidade da arquitetura e seus arranha-céus. E é justamente por essa característica que a cidade detém inúmeros recordes: o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa; a maior roda gigante, a Ain Dubai; o shopping center com a maior área construída do mundo, o Dubai Mall. Inclusive, shopping é o que não falta em Dubai. Eles estão presentes e dão acesso a vários pontos turísticos conhecidos.

“Para Dubai, as pessoas vêm para ver os recordes, o Burj Khalifa, Palmeira Jumeirah, Miracle Garden, que é o maior jardim de flores do mundo. Quem tem tempo vai para Abu Dhabi para ver a Grande Mesquita Sheik Zayed, o Palácio Presidencial”, conta a paraense Ana Hemmerich, que mora em Dubai há 17 anos e é guia turística nos Emirados.

“Aqui tem tanta atração para ver que, geralmente, você não consegue ver da primeira vez, você fica com vontade de voltar. Então, a ideia de Dubai na questão do turismo é justamente a localização que eles estão e como muitas vezes as pessoas têm que passar por aqui, para ir para o Japão, para ir para Tailândia, para ir para as Maldivas, às vezes até mesmo para ir para o Norte da África, elas passam por aqui e acabam ficando. E essa é realmente a ideia da economia de Dubai no que se refere ao turismo, deixar esse gostinho de sempre querer voltar para ver alguma coisa”.

Para quem decide voltar, Ana conta que a experiência não se repete. Em um período de dois a três anos, já há coisas novas para conhecer em Dubai, que está sempre se renovando. E entre os turistas que visitam o emirado, os brasileiros se destacam. “Tem muitos grupos de brasileiros, a gente tem trabalho o ano todo, até mesmo no verão, que é bem mais quente. A gente não deixa de receber brasileiro, é comum a gente escutar o português na rua, no shopping, nas atrações que a gente vai sempre tem brasileiro”.

O melhor período para visitar Dubai é entre novembro e março, quando a temperatura chega a máximas de 35º durante o dia e mínimas de 12º à noite. Já no verão, são três meses de muito calor – junho, julho e agosto -, o período de baixa temporada. A diferença é que, no período mais quente, o calor não dá trégua nem à noite. Nesta época, mesmo às 0h, a temperatura chega a 40º e a humidade fica em 90%.

 

GUIA

Nascida no clima também quente de Belém, apesar de mais ameno, a guia Ana Hemmerich está totalmente habituada à vida em Dubai. Ela foi comissária da Emirates – principal companhia aérea dos Emirados Árabes – por nove anos e, quando a fase da vida mudou, decidiu morar em Dubai, onde já tinha um emprego garantido.

Hoje, no setor de turismo, ela tem uma empresa que recebe muitos grupos coorporativos. “A gente une o turismo a oportunidades de negócio, então, basicamente, se você quer vir para Dubai para expandir o seu negócio, abrir uma filial aqui ou simplesmente vender um produto que você tem para cá, aqui é um hub que você consegue vender não só para essa região, mas para o mundo inteiro. Isso pelo fato de Dubai estar basicamente a 4 horas de fuso horário das principais capitais do mundo, então é um excelente lugar para estabelecer negócios, até mesmo pela questão da isenção de imposto de renda para o indivíduo”.

A vocação empresarial de Dubai não é à toa. Ana explica que as pessoas tendem a achar que o que mantém Dubai ainda é o petróleo, mas essa realidade já vem mudando há um tempo. “Dubai teve petróleo em dado momento, mas como eles sabiam que o petróleo era limitado, o líder daqui na época, o Sheikh Rashid Bin Saeed Al Maktoum, resolveu usar todo o dinheiro do petróleo para desenvolver a infraestrutura e o turismo e atrair empresas para Dubai”, explica.

“Foi aí que eles começaram a ver que dava certo, então, construir aeroporto, criar a linha aérea Emirates, os hotéis, o Burj Al Arab, dar incentivos para que empresas venham se estabelecer aqui, com isenção de impostos, sem restrição de repatriação de fundos. Então, Dubai teve que inovar, teve que se reinventar de uma forma que continuasse sendo atrativa, que continuasse com uma economia quente, vibrante e que é bem diversificada”.

No que se refere ao turismo, não apenas o cenário coorporativo e as construções modernas e luxuosas chamam a atenção, mas também os costumes que podem ser bem diferentes dos quais os brasileiros estão acostumados. Apesar disso, a cidade é bastante tolerante aos costumes ocidentais. “A gente sempre tem que ter consciência de que é um país muçulmano, apesar de ser bastante tolerante. Você pode ficar à vontade, trazer a sua roupa, o seu shortinho, decote. É só não exagerar muito”, explica Ana. “Aqui é lícito você ir à praia, vestir o biquíni, andar de roupas leves até porque é quente a maior parte do ano, mas precisa ter aquela consciência que certos lugares que você vai que tem muitas famílias é bom se cobrir um pouquinho mais por uma questão de respeito a eles”.

Especialmente nos espaços religiosos, é obrigatório que se cumpra algumas etiquetas básicas. Sempre que quiser visitar uma mesquita, principalmente, as turistas vão ter que cobrir até os pulsos e os tornozelos, não usar nada transparente, e cobrir a cabeça.

ABU DHABI

As orientações valem, por exemplo, para quem deseja dar uma esticada para conhecer a Grande Mesquista do Sheikh Zayed, que fica em Abu Dhabi. Distante cerca de 2 horas de ônibus de Dubai, a cidade de Abu Dhabi possui mais de 200 ilhas que, diferente de Dubai, são todas naturais. A ilha principal, onde fica o centro da cidade, se chama Ilha de Abu Dhabi e abriga a bela Mesquita do Sheikh Zayed, que pode ser vista de longe porque ela foi construída 9 metros acima do nível da rua. “A grande Mesquita é o símbolo da tolerância dos Emirados Árabes Unidos. Aqui, dentro da mesquita, todas as pessoas são bem-vindas. A grande Mesquita Sheikh Zayed foi o último grande projeto do shake, cada detalhe foi feito da forma como ele queria que fosse feito e ele queria uma mesquita para todos, não só para os muçulmanos”, explica a guia Ana Hemmerich.

No local, além das instruções de vestimenta, também não é possível entrar com comida ou bebida e nem portanto cigarros, cigarros eletrônicos ou isqueiros. Para quem decide entrar para visitar a mesquita, é fácil se encantar com a beleza da construção em mármore. É possível fazer fotos dentro do local, porém, deve-se evitar fazer símbolos com as mãos (como levantar o polegar ou mesmo abrir os braços), porque isso é considerado ofensivo no local. “Dentro da Mesquita é um lugar neutro, Deus é um só, a humanidade é uma só, então a ideia ali é unidade e neutralidade. Homem e mulher não podem se tocar dentro da mesquita e, para as mulheres, o lenço na cabeça precisa estar ajeitado, não pode estar com a metade caindo”.

HISTÓRIA

A história de Dubai começa com a presença de tribos beduínas que ficavam vagando naquela região do Golfo Pérsico, atrás de água e comida. Daí a cultura de resiliência e de hospitalidade que caracteriza Dubai até hoje. Depois de muitas crises e de encontrar petróleo, eles resolveram inovar ao focar no turismo e nos negócios.

Dubai tem o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa , e muitas outras atrações que chamam a atenção dos milhões de turistas que visitam o local anualmente FOTOs: cintia magno
Ana Hemmerich