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Agora vai! Inadimplentes estão confiantes de que vão quitar dívidas

Os brasileiros enfrentando situação de inadimplência estão demonstrando uma notável mudança de perspectiva em relação às suas dívidas Foto: Divulgação
Os brasileiros enfrentando situação de inadimplência estão demonstrando uma notável mudança de perspectiva em relação às suas dívidas Foto: Divulgação

Os brasileiros enfrentando situação de inadimplência estão demonstrando uma notável mudança de perspectiva em relação às suas dívidas. Segundo a pesquisa “Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência” de 2023, conduzida pela MFM Tecnologia e pelo Instituto Locomotiva de 11 a 22 de setembro, 39% dos brasileiros inadimplentes agora acreditam com certeza que conseguirão quitar suas dívidas, um expressivo aumento em comparação aos 25% registrados em 2022.

“Esta virada na confiança dos inadimplentes coincide com um período em que houve grande discussão a respeito do programa Desenrola Brasil, assim como um cenário em que a redução dos juros se tornou um horizonte possível, ainda que no médio prazo. A forte inflação de alimentos e itens básicos que enfrentávamos no ano passado também perdeu força. Tudo isso contribui para essa retomada da confiança dos inadimplentes.”, afirma o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles..

Mas a pesquisa também revela um aumento do incômodo com o endividamento, com 92% dos entrevistados declarando que o fato de estar endividado impacta negativamente em suas vidas de forma geral. Esse dado representa um avanço de 9 p.p. em relação ao ano passado (83%). O percentual que afirma que as dívidas afetam o seu estado emocional chegou a 91% em 2023, ante 84% em 2022.

A parcela que diz que o endividamento tira o seu sono subiu de 81% para 86%. Agora, 88% também afirma que essa condição impacta a sua autoestima, índice superior aos 81% registrados no ano passado. Segundo o estudo, 84% declaram que as dívidas impactam sua felicidade, ante 82%.

“Os dados reforçam a percepção de que, apesar da melhoria nas condições econômicas, o impacto psicossocial do endividamento continua sendo uma preocupação central para a maioria dos brasileiros em débito. Isso mostra a importância de se combater a inadimplência não apenas do ponto de vista de seus impactos na economia, mas também sociais. É nesse sentido que é preciso avançar com ações de educação financeira, além de facilitar as negociações das dívidas com melhores condições de pagamento”, afirma Luiz Sakuda, diretor de Inovação e Marketing na MFM Tecnologia.

Mais inadimplentes endividados no cartão

O cartão de crédito é a fonte de dívidas para 60% dos brasileiros inadimplentes em 2023. Esse percentual representa um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao ano passado, quando 56% deles declararam ter dívidas na modalidade. Em 2021, esse índice estava em 49%.

 “Além dos juros elevados, esse aumento de endividados no cartão de crédito nos últimos três anos pode ser atribuído, em parte, ao avanço das fintechs no mercado. Muitos brasileiros foram atraídos pelo afrouxamento nas condições de pagamento e acabaram acumulando dois, três cartões. Agora, chegou a fatura”, afirma Sakuda.

A pesquisa mostra ainda que também cresceu a parcela de inadimplentes com dívidas com bancos e financeiras, de 40% para 43% entre 2022 e 2023. Por outro lado, caiu de forma expressiva a parcela dos que afirmam estar em débito com telefonia nos últimos três, de 32% em 2021 para 16% em 2022, atingindo 14% neste ano.

A falta de planejamento e perda de emprego seguem como os principais motivos para inadimplência percebidos pelos brasileiros. O percentual de inadimplentes que afirmam não ter planejado bem as finanças cresceu de 29% para 36%, enquanto a parcela dos que declaram ter perdido o emprego passou de 31% para 34% entre 2022 e 2023.

Também cresceu a percepção de “má influência” sobre a vida financeira vinda das Redes Sociais. Em 2022, 16% dos endividados apontaram as redes sociais como quem mais incentiva a ter um mau comportamento financeiro; neste ano, o índice aumentou para 23%. Já a parcela que apontou que os programas de TV são os responsáveis caiu de 21% para 13%.