Três dos maiores sucessos de 2023, as turnês das cantoras Taylor Swift e Beyoncé e, o filme da Barbie, são exemplos de como a indústria do entretenimento está mais atenta ao relacionamento com comunidades compostas majoritariamente pelo público feminino. Segundo o estudo “Elas: Comportamento e Barreiras”, desenvolvido pela Nielsen/Opinion Box, 90% das mulheres do Brasil entram na internet todos os dias para acessar redes sociais, assistir vídeos ou filmes e ouvir música. Os dados evidenciam a necessidade das marcas estarem atentas a um nicho engajado, especialmente em hábitos de consumo online.
Com seis shows agendados para o Brasil em novembro, a cantora Taylor Swift é um fenômeno global. Para entender a dimensão do sucesso da turnê “The Eras Tour”, a artista foi citada pelo Banco Central dos Estados Unidos em documento oficial sobre o aumento do PIB em regiões do país onde a cantora realizou shows, entre maio e junho deste ano. Além disso, a venda de ingressos para o filme da turnê ultrapassou US$ 100 milhões em pré-vendas globais e quebrou o recorde de maior receita de vendas de ingressos em um único dia. Já a cantora Beyoncé, em
Outro hit de 2023 foi o filme Barbie, que arrecadou US$ 1,4 bilhão globalmente, o maior faturamento global de todos os tempos para um filme dirigido por uma diretora (Greta Gerwing), de acordo com a Comscore. Com roteiro abordando pautas progressistas e feministas, a produção cinematográfica foi além dos números de bilheteria. A “febre rosa” refletiu em diversas ações de marketing com produtos sobre o filme esgotados rapidamente, além de debates e análises em redes sociais, sites especializados e veículos de comunicação tentando desvendar o fenômeno cultural.
Assertividade, posicionamento e fuga de estereótipos
Para as marcas e anunciantes que desejam investir na criação de ações com o público feminino, o engajamento não pode ficar restrito às datas comemorativas como Dia da Mulher ou Outubro Rosa. Além de serem clichês, reduzem o potencial de oportunidades de negócio ao tratar o público feminino como dispensáveis.
O olhar de mercado precisa estar alinhado com as expectativas das consumidoras. Uma forma de conquistar essa conexão é por meio de parcerias. Em 2022, o Boticário e a Gamers Club, vertical de gaming da Siprocal, se uniram para promover dois campeonato de eSports com foco no público feminino: A GC Masters Feminina VI, maior evento de CS:GO feminino nacional e a competição Taça das Implacáveis.
As ações tiveram como estratégia focal a cobertura dos eventos, com transmissão ao vivo e montagem de cenário (no caso da GC Masters). A repercussão nas redes sociais e a interação com influenciadores e jogadoras profissionais do nicho foram relevantes não somente em números (visualizações, comentários, compartilhamentos), mas principalmente na associação das marcas ao empoderamento feminino e equidade de gênero.
Para Priscila Lauand, executiva de vendas da Gamers Club, as marcas que entendem os benefícios do investimento no público feminino são capazes de agregar novas audiências, mas é necessário que haja sinergia entre a mensagem–chave para aumentar a aceitação das comunidades e promover um relacionamento a longo prazo:
“Muitas empresas entendem a importância de equiparar as oportunidades oferecidas para homens e mulheres, mas poucas reforçam isso na prática, apoiando ações que contribuem para o fortalecimento de narrativas femininas. Se uma marca quer fazer isso de forma legítima, precisa acompanhar as mulheres em suas trajetórias em busca de espaço e reconhecimento. É o caso, por exemplo, dos eSports, segmento ainda predominantemente masculinizado. O público feminino reconhece e valoriza as marcas que estão ali presentes com consistência e o retorno positivo de branding surge mais genuíno e intenso por conta dessa troca de confiança.”
Créditos
Com informações da VCRP Brasil
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