Ministro das Cidades diz que COP deixará legados para Belém

Cintia Magno

DUBAI, EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Em cumprimento de agenda oficial durante a COP28, o Ministro das Cidades, Jader Filho, fez um balanço da atuação do ministério na Conferência do Clima nestes primeiros dias. O ministro destaca que não se pode falar em ações para combater as mudanças climáticas, sem considerar as cidades e cita uma série de medidas que já vem sendo adotadas pelo ministério para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

A participação do Brasil na COP28 é apontada pelo ministro como um fato que marca o retorno do país ao centro das discussões climáticas, considerando que a questão climática é uma preocupação central do Governo Lula. “A meta do Presidente é desmatamento zero no Brasil. E, para isso, a gente tem que mostrar o que o Brasil tem feito em diversas situações, mostrando os números. Só nos primeiros meses do Governo do Presidente Lula já reduzimos em mais de 40% o desmatamento no país e a gente vai continuar avançando”.

Em se tratando de cidades, o ministro destacou que é o momento de se cuidar também do aspecto da proteção aos desastres. “É um momento de a gente cuidar, também do aspecto da proteção aos desastres. Esses desastres têm sido cada vez mais frequentes e nós precisamos cuidar das nossas periferias, cuidar das nossas palafitas, cuidar das áreas de encosta e fazer com o que o Brasil esteja preparado, que as nossas cidades estejam preparadas para esses eventos climáticos que têm acontecido com mais frequência no país”.

Durante a participação em painéis de discussões e reuniões bilaterais, também foi possível mostrar os projetos que já vem sendo desenvolvidos pelo Ministério das Cidades, como é o caso da retomada do Minha Casa, Minha Vida. “O nosso programa habitacional é dos maiores que nós tivemos, hoje, no mundo. Só no ano de 2023, financiamentos do Minha Casa, Minha Vida já superaram a meta que era de 375 mil. No mês de novembro nós já estávamos com 420 mil financiamentos feitos e a gente já espera chegar até o final do ano com cerca de 500 mil novas aplicações financiadas”.

Fora isso, o ministro destaca a seleção do Minha Casa, Minha Vida Urbana, realizada na última semana de novembro, onde são previstas mais 187 mil unidades habitacionais. “Só para o Pará são mais de 13 mil unidades”, reforçou. “Nós também vamos fazer a seleção do Minha Casa, Minha Vida Rural e do Minha Casa, Minha Vida Entidades, voltado para entidades sociais que lutam pela moradia”.

Através da apresentação desses e de outros projetos, além da participação em debates que tratam de temas fundamentais, o ministro destaca que, durante a COP, o Brasil mostrou que tem compromisso com a questão ambiental e tem compromisso com as pessoas. “É isso que a gente tem, hoje, discutido e mostrado. Primeiro, ouvido as pessoas quando esses líderes mundiais estão aqui para que a gente possa também absorver as experiências deles, naquilo que a gente pode adaptar, incluindo aquilo que a gente pode adaptar e levar para o nosso país”, avalia. “Mas também trazendo, aqui, o que o Brasil está fazendo, como a gente está trabalhando, primeiro, para prevenir esses eventos climáticos, transformar a nossas cidades mais resilientes, mais sustentáveis e cuidar das pessoas”.

No que se refere à expectativa para a realização da COP30, em Belém, Jader Filho destacou que a conferência deve deixar legados importantes para a cidade de Belém. “A gente não tem nenhuma intenção de fazer uma COP como esta que está sendo feita aqui em Dubai. O que nós queremos, na verdade, a partir da COP de Belém é ter infraestrutura”, considera. “Nós vamos trabalhar juntos, o Governo Federal com o Presidente Lula, o Governo do Estado com o Governador Helder, a Prefeitura de Belém com o Prefeito Edmilson. É trabalhar juntos para que a gente possa dar infraestrutura a Belém, para que a gente possa recepcionar as pessoas”.

O ministro apontou, ainda, que ninguém está querendo esconder os problemas das cidades amazônicas, pelo contrário. Nós queremos mostrar ao mundo que existem duas Amazônias, a Amazônia da floresta, mas também existe a Amazônia da cidade. Os 29 milhões de amazônidas vivem, na sua maioria, nas cidades e a gente quer mostrar para o mundo os nossos problemas também, mas mostrar as nossas potencialidades, mostrar o tamanho da nossa floresta. Nós não vamos esconder os nossos problemas, mas vamos mostrar as nossas potencialidades”, considerou.

“Eu tenho certeza que vai ser uma página muito importante na história das COPs porque vai ser a primeira vez que o tema ambiental, um tema central, será discutido a partir de Belém, a partir de uma cidade amazônica, onde o mundo vai entender o que é, de fato, a Amazônia para que a gente possa encontrar soluções que vão contribuir para a gente cuidar melhor do nosso meio ambiente. Nenhum lugar é melhor, no planeta, para se falar da floresta, do que direto da floresta, direto de Belém. É isso que nós vamos fazer, uma COP inesquecível, onde a gente vai poder mostrar, também, o quão unido é o povo paraense”.

AGENDA

Ao longo de todo o dia, o Ministro participou de painéis de discussões e se reuniu com representantes de Governo. No painel “Adaptação climática inclusiva nas cidades: como estamos preparando as cidades, e suas áreas vulneráveis, para os impactos das mudanças climáticas?”, realizado no Pavilhão do Brasil na COP28, o ministro destacou o enfrentamento do Brasil aos desafios relacionados às mudanças climáticas. “O Brasil voltou e não vai fugir das discussões que precisam ser firmadas. Nós entendemos, claramente, a responsabilidade que o Brasil tem diante dos desafios que estão postos. Estes desafios não são pequenos, mas o Brasil não vai se furtar a enfrentá-los. Na verdade, a gente já vem enfrentando”.

Ainda na segunda-feira (04), o ministro ainda integrou o painel “As cidades e o desmatamento: políticas e instrumentos de ordenamento territorial e bioeconomia para o combate ao desmatamento”, onde destacou a necessidade de cuidar das pessoas. “Nós temos um desafio fundamental porque além de cuidar do meio ambiente, nós temos que cuidar das pessoas. E aí a vantagem, quando o presidente Lula traz essa discussão para uma cidade Amazônica, é para mostrar para o planeta que existem duas Amazônias, a Amazônia das cidades, das pessoas, dos 29 milhões de amazônidas que vivem na nossa Amazônia, e dos 48 milhões de amazônidas que vivem na Amazônia como um todo e que estão sofrendo os mesmos problemas que estamos sofrendo”.

Na ocasião, em que também participou do painel o Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, o Ministro das Cidades, Jader Filho, participou da Coalizão para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Também esteve presente nas duas programações, a deputada federal Elcione Barbalho.