Pará

Belém/Flórida: retomada de voos deve gerar benefícios ao Pará

 Foto: Divulgação
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A partir do dia 15 de dezembro, o Estado do Pará vai contar com voos diretos com os Estados Unidos (EUA), saindo de Belém para Fort Lauderdale, na Flórida. Com a retomada deste modal aéreo direto, o Estado terá um importante impacto no desenvolvimento do turismo e na ampliação de oportunidades comerciais entre o Pará e os EUA, em especial para os mercados de minérios, carne e peixes ornamentais.

A retomada dos voos comerciais foi confirmada em coletiva de imprensa realizada no último dia 11, pela Secretaria de Estado de Turismo, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e a companhia aérea Azul. As viagens estão previstas para ocorrem quatro vezes na semana, em aeronaves Airbus A320neo, com capacidade para 174 clientes.

Em termos logísticos, a ligação direta entre o Pará e o estado da Flórida oferece benefícios para ambas as partes, já que geograficamente as cidades de Belém e Miami estão bastante próximas quando comparadas a outras capitais no Brasil, com uma distância de 4.555 km. Isso irá refletir de forma favorável na balança comercial, aumentando o superávit comercial e fomentando o desenvolvimento econômico do estado do Pará.

Benefícios econômicos
Sobre os benefícios econômicos que serão percebidos pelo Pará com a retomada dos voos diretos, Mário Tito Almeida, professor de Relações Internacionais da Unama, ressalta que o modal aéreo é muito bom por ser mais rápido, encurta distâncias e faz com que as coisas aconteçam de forma mais célere.

“O modal aéreo, por mais que não ofereça a transferência de produtos, ele permite maior circulação de pessoas e de riquezas, pois as pessoas passam a visita in loco nos produtos para conhecer. Quando você amplia uma malha aérea, você favorece a circulação de pessoas e de conhecimento do produto localmente, e isso é uma coisa boa, pois a negociação será facilitada e, favorece indiretamente o produto que não vai por via aérea. A pessoa, o grupo ou empresário que vai comprar, vem primeiro de avião e depois libera a carga que pode ir por via marítima”, disse.

Alguns mercados estratégicos para o estado irão beneficiar-se de forma expressiva com uma linha direta para os Estados Unidos, como os mercados de carne, minérios e o mercado de peixes, em especial o de peixes ornamentais, em alta demanda no mercado internacional, mas que necessitam de um tratamento específico, pois este tipo de produto tem um tempo médio de 48 horas dentro de seu recipiente fechado.

Em relação a essa ampliação do mercado de peixes ornamentais e produtos da biodiversidade amazônica, por exemplo, o professor Mário Tito Almeida avalia positivamente os voos diretos para essa comercialização legal, especialmente pela diminuição dos custos. “Se você usava a malha aérea e não tinha voos diretos para os Estados Unidos, você precisava fazer uma transferência interna de Belém para outro voo para depois sair para os Estados Unidos. Agora tendo essa linha direita você diminui custos inclusive desse deslocamento interno”, destacou o professor, que ressalta ainda.

Geração de fluxo de negócio

Para o secretário José Fernando Gomes Júnior, titular da Sedeme, a retomada dos voos diretos com os EUA vai gerar um grande fluxo de negócio, já que o Pará é o maior estado minerador, possui os mais modernos pátios de carne do país, e conta ainda com o agronegócio crescendo e se expandindo. “É uma interligação muito importante entre Belém e Fort Lauderdale e daí espalhando para os EUA, como aqui dentro. O americano pode vir para cá e ir a Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Santarém e Salinas, tudo isso acontecendo graças ao ambiente de negócios criado pelo Governo do Estado”, avalia o secretário.

“O mercado da carne paraense já está na China, está abrindo outros horizontes e com a retomada dos voos diretos para os EUA gera uma possibilidade muito grande de intercâmbio maior entre o mercado americano com o mercado paraense. Com isso, os produtores de carne já vislumbram este novo mercado que remunera muito bem a carne brasileira. Eles já estão vislumbrando, inclusive, visitas empresariais a partir de dezembro para que os americanos venham conhecer as plantas frigoríficas aqui do Pará, que são das mais modernas do país e aí começar essa construção em um curto espaço de tempo para que a gente possa também estar fornecendo carne para o mercado americano e conquistando mais um mercado com as nossas indústrias aqui do Pará”, pontua José Fernando Gomes Júnior, titular da Sedeme.

Pará na rota obrigatória do meio ambiente
O Governo do Estado tem trabalhado forte em divulgar a Amazônia como destino turístico sustentável, que preza pela valorização dos conhecimentos tradicionais das comunidades. O titular da Setur, André Dias, destacou que esse retorno dos voos direto com os EUA faz parte de um conjunto de ações para colocar o Pará como um dos principais destinos turísticos no mundo.

“Temos trabalhado forte para não só resgatar a malha aérea que tínhamos antes da pandemia, mas ampliá-la em parceria com as companhias aéreas, como a Azul, que opera em 19 municípios paraenses. A partir da viação regional e nacional conseguimos colocar Belém com um dos principais aeroportos para retomar o voo internacional para Fort Lauderdale que nos conecta com todo o mercado americano”, afirmou o secretário.